sábado, 26 de março de 2011

The Room (2003): "Wiseau crush! Wiseau smash!"

Finalmente um clássico épico que traz um novo significado à palavra 'mau'. Nunca imaginaria que visualizar um filme destes, que rebenta completamente a escala dos filmes péssimos, pudesse ser tão divertido. The Room (2003), realizado, escrito, produzido e protagonizado por Tommy Wiseau (sim, ele faz tudo!), supostamente um drama, tornou-se numa das melhores comédias desta década, simplesmente por ser tão mau. Num filme em que os actores mais parecem robôs, e onde a ligação entre as cenas se encontra completamente baralhada, The Room ultrapassa todas as expectativas e deixa qualquer um boquiaberto, mas não positivamente.

Isto corre mais ou menos desta maneira: Johnny (Tommy Wiseau), possuidor do rabo mais tonificado de San Francisco, e um banqueiro de sucesso, e a sua namorada Lisa (Juliette Danielle) pretendem casar dentro de um mês. Infelizmente para Johnny, Lisa, que deve sofrer de algum tipo grave de bipolaridade, anda a traí-lo com o seu melhor amigo, Mark (Greg Sestero), que se deixa levar pela tentação, mesmo depois de se declarar um grande amigo de Johnny. Tudo começa a ficar muito confuso quando no meio disto entra a mãe de Lisa (Caroline Minnott), que parece só querer que a filha se despache a casar para encontrar estabilidade financeira, e um miúdo irritante chamado Denny (Philip Haldiman), que, pelo que é revelado durante o filme, é o filho adoptado de Johnny, que, aparentemente, mora no mesmo prédio que ele... E como se isto não bastasse, o grande plano de Lisa para manter Johnny interessado nela é fingindo que está prenha. Ora, este grande plano chega a cair no esquecimento logo após Johnny descobrir que Lisa lhe anda meter um valente par de cornos. Após a descoberta, Johnny quebra mentalmente e comete suicídio.

«Why Lisa? Why?! ARGGRGHHH!»

Os desempenhos dos diversos actores envolvidos são tudo menos satisfatórios - recusam-se a demonstrar qualquer tipo de emoção durante o filme, tornando-o semelhante a algo protagonizado por manequins. Wiseau mais parece sofrer de algum tipo de cancro que lhe afecta grandemente o movimento de certos músculos faciais e lhe alterou de forma grotesca o resto do corpo, despromovido que qualquer tipo de sentimento, e conhecendo apenas um tom de voz, podendo ser comparado a uma espécie de Hulk robotizado. Juliette, por sua vez, perde constantemente a atenção dos espectadores pela sua aparente falta de interesse, sendo as cenas mais intimas os seus únicos pontos altos, não conseguindo, mesmo nesses momentos, cativar a audiência. Sestero, no seu papel de amigo que se deixa levar pela tentação ,também se deixa levar pela onda de más actuações, transmitindo tanta emoção como a um fantoche. O resto do elenco nem vale a pena mencionar, já que são tão maus quanto os referidos anteriormente.

The Room é, actualmente, o único filme que entra na minha categoria de 'bom', por ser tão mau - peço desculpa pelo paradoxo - e, dificilmente, perderá esse estatuto. É excelente para ser visto em grupo, ou até mesmo sozinho, podendo ser visualizado por qualquer pessoa, pois garante um tempo bem passado, cheio de umas boas gargalhadas, seja a ouvir as musicas 'manhosas' das cenas mais intimas, ou até mesmo a assistir o comportamento ridículo de Johnny. Seja como for, The Room é um filme que se deve ver pelo menos uma vez na vida, se bem que vê-lo uma segunda ou terceira vez não o tornará nem um pouco menos divertido que da primeira.


Título Original: The Room
Realizador: Tommy Wiseau
Argumento: Tommy Wiseau
Intérpretes: Tommy Wiseau; Greg Sestero; Philip Haldiman; Kyle Vogt; Carolyn Minnott; Robyn Paris 
Música: Mladen Milicevic
Fotografia: Todd Barron
Género: Drama; Comédia (?)
Duração: 99 minutos



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