quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Godzilla, a Lenda I

Com cerca de 60 anos de existência, mais de 40 horas no grande ecrã e um total de 29 filmes, Godzilla tornou-se num ícone gigantesco da cultura japonesa. Inicialmente retratado como uma ameaça, subsequentemente alternando entre os papeis de herói e anti-herói, Godzilla sofreu grandes mudanças ao longo do tempo, salvando e destruindo a Humanidade como bem lhe aprouver. 


Um monstro, produto da arrogância do Homem e um símbolo alegórico referente ao uso de armas nucleares, instável, massivo e altamente destrutivo. Godzilla oferece momentos de bom entretenimento, algumas confusões disparatadas e destruição em grande escala. Para lhe fazer uma pequena homenagem vou então falar um pouco sobre este símbolo e o seu trajecto, a sua história, num formato que parece agradar todos hoje em dia, uma trilogia.

O Inicio 

«Now i am become death, the destroyer of worlds»

- Bhagavad-Gita

GOJIRA, de Ishiro Honda, juntamente com King Kong (1933), são os pioneiros dos filmes de monstros gigantes, verdadeiras obras do cinema cujo sucesso ainda é explorado. Dando vida ao monstro mais reconhecido mundialmente, Gojira é o começo de uma longa lista de filmes, séries de TV, jogos, brinquedos, roupa e, basicamente, tudo onde se possa colocar Godzilla. O Rei dos Monstros provou-se contra tudo e todos, e parece que nem o tempo é obstáculo para impedir, ou até mesmo debilitar, o seu poder.

A premissa é bastante simples. O uso de armamento nuclear enfurece e fortalece uma antiga criatura, conhecida como Godzilla. Este ataca incessantemente a população de Tokyo, apesar dos esforços para o impedir. Sem nenhuma fraqueza aparente, Godzilla possui um poder catastrófico e sacrifícios terão de ser feitos para salvar a humanidade. 

A maior questão será - o que faz este filme ser tão bom? O seu entre-linhas que espelha o trauma do povo japonês pós-2º Guerra Mundial, causado pelos americanos. Ou a sua qualidade como um filme, como sendo interessante, com uma execução bastante boa e capaz de entreter? Embora o seu ritmo seja inconsistente, ocasionalmente lento demais, seria fácil achar que talvez a mensagem inerente fosse a razão, mas a verdade é que não temos que analisar tão fundo para realmente apreciar este filme.

Acredito que Gojira vale, em primeiro lugar, pela sua qualidade como filme, algo que se perde nas restantes sequelas. Pode não ser o melhor filme, mas funciona como um bom filme de terror/sci-fi e entretém do início ao fim, com um uso inteligente e eficaz de efeitos visuais, numa época onde ainda não éramos abençoados com a magia do CGI. Aí é onde este filme se destaca com a sua própria magia.


Título Original: Godzilla (Japão, 1954)
Realizador: Ishirô Honda
Argumento: Takeo Murata, Ishirô Honda, Shigeru Kayama
Intérpretes: Akira Takarada, Momoko Kôchi, Akihiko Hirata, Takashi Shimura, Fuyuki Murakami
Música: Akira Ifukube
Fotografia: Masao Tamai
Género: Terror, Ficção-Científica, 
Duração: 98 minutos
 

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