quarta-feira, 20 de abril de 2011

Hobo with a Shotgun (2011)

Hoje damos a conhecer Hobo with a Shotgun, de Jason Eisener. De certeza que quem é familiarizado com Grindhouse, de Quentin Tarantino, vai reconhecer este titulo, que é idêntico ao de um trailer falso de Grindhouse, e para nosso rejubilo: o enredo também é igual! Um óptimo começo de ano, resta-nos esperar que haja uma continuação de boas produções.

Tudo começa quando um velho mendigo (Rutger Hauer) chega de comboio a Hope Town, uma cidade onde governa a anarquia e o caos, os policias são corruptos e todas as pessoas temem The Drake (Brian Downey), um soberano cruel e impiedoso que mata brutalmente todos que se atravessam no seu caminho. No meio de todo o crime na cidade o mendigo encontra uma luz de esperança ao ver um cortador de relva numa loja de penhore e pensa logo em comçar um negocio a cortar relva, infelizmente o cortador custa 49,99$, algo que o mendigo não consegue pagar e então decide ir pedir dinheiro na rua. Após testemunhar um dos filhos do The Drake, Slick (Gregory Smith), a tentar raptar uma prostituta, Abby (Molly Dunsworth), decide dar-lhe um enxerto de porrada com uma peúga cheia de moedas e leva-lo ao chefe da policia, que liberta o Slick imediatamente a ajuda-o na sua vingança contra o mendigo. Abby mais tarde encontra-o ensanguentado e trata-lhe das feridas, mas nada disto desvia a atenção do mendigo do cortador de relva, que chega a aceitar fazer uma gravação dele a comer vidro para ganhar alguns trocos. quando finalmente arranja dinheiro suficiente, o mendigo dirije-se directamente à loja de penhores, lá, antes que o mendigo possa fazer a sua compra, um grupo de ladrões tenta assaltar a loja. Farto de ver tanto crime a acontecer à sua volta, o mendigo, em vez do cortador de relva, pega numa caçadeira, que também custa 49,99$, e mata todos os assaltantes. Decidido a acabar com as injustiças em Hope Town, o mendigo mata qualquer criminoso que encontre pela frente, "one shell at a time".

É um filme, que definitivamente nos faz questionar o nosso sentido de ética e moral, pois nem todos se comportam da mesma maneira quando defrontados com certos acontecimentos demonstrados no filme, e ao mesmo tempo consegue entreter-nos com bons momentos cómicos, ainda que um bocado negros e sádicos. Pode-se dizer que o filme, em geral, se assemelha com algo realizado por Tarantino, o que de certeza irá agradar ao público.

Sem dúvida alguma, a visualização deste filme é quase obrigatória, não é algo muito extravagante, mas em termos de conteúdo é muito bom e divertido, uma experiencia bastante gratificante e apelativa.


O famoso trailer falso de Grindhouse

Título Original: Hobo With A Shotgun
Realizador: Jason Eisener
Argumento: John Davies
Intérpretes: Rutger Hauer; Molly Dunsworth; Brian Downey; Gregory Smith
Música: Alexander Rosborough
Fotografia: Karim Hussain
Género: Crime; Gore; Thriller
Duração: 86 minutos



terça-feira, 19 de abril de 2011

Casablanca (1942)

Captain Louis Renault: «In Casablanca I am master of my fate!»
(apenas para não escolher uma das frases memoráveis que já todos conhecem)


Escrever sobre Casablanca é escrever sobre cinema a sério - não há volta a dar, e toda esta crítica podia ser resumida nesta simples, e, no entanto, tão verdadeira frase. Casablanca é o grande clássico do cinema norte-americano, o filme que melhor sintetiza o espírito de quem habita no burgo do Tio Sam.

Numa época dourada para o cinema norte-americano, em que os maiores estúdios de cinema emprestavam as suas estrelas entre si, e em que os filmes lançados eram em muito menor quantidade do que hoje em dia, os filmes tinham o seu grande atractivo no argumento e na história que escolhiam apresentar aos seus espectadores, que, sem televisão, viam no cinema e na rádio as suas maiores fontes de entretenimento.

Em 1942, em plena IIª Guerra Mundial, a Warner Bros., gigante do entretenimento americano, conhecida na época pelas suas posições marcadamente anti-germânicas, decidiu apostar, e bem, em Casablanca, um filme com um argumento adaptado de uma peça de teatro (um musical) que nunca chegou a estrear. Rick Blaine (Humphrey Bogart) é um americano expatriado a residir em Casablanca, ponto obrigatório de passagem para quem queria voar para Lisboa e, consequentemente, para o Novo Mundo; dono do café da moda, onde se joga a dinheiro, se conquistam mulheres, e, ainda mais importante, se compram e vendem vistos (as Letters of Transit), indispensáveis para quem quisesse viajar para a América e escapar à guerra que assolava a Europa, Rick, que se mantém à margem da política, mesmo quando ela é discutida no seu café e pelos seus empregados, vê-se obrigado a enfrentar um passado que julgava já ter esquecido quando entram no seu café Victor Laszlo (Paul Henreid), figura do movimento de resistência clandestino à opressão alemã, e Ilsa Lund (Ingrid Bergman), a mulher que abandonou Rick em Paris.

Num elenco recheado de actores de enorme qualidade, entre os quais se contam Claude Rains (discutivelmente, e para mim, o melhor actor secundário alguma vez projectado num grande ecrã), Paul Henreid, Peter Lorre, Dooley Wilson (o Sam) e Ingrid Bergman, Casablanca vive sobretudo, mas não só, da interpretação inesquecível de Humphrey Bogart como Rick Blaine, o derradeiro herói dos anti-heróis. Bogart, que não se assumia como o habitual galã do cinema americano, correspondendo mais ao estereótipo de bêbedo briguento, deu vida como nenhum outro actor o conseguiria fazer a Rick - e Rick Blaine, o solitário que tinha como destino ajudar os oprimidos, deu vida como nenhuma outra personagem o conseguiu fazer à carreira de Bogart. O Oscar de Melhor Actor escapou-lhe, mas a fama, essa, nunca ninguém lha conseguiria tirar.

Casablanca é o filme que mais se aproxima da perfeição, pelo seu argumento, pelo seu elenco, e, sobretudo, pelo contexto em que foi produzido e originalmente lançado. O seu humor quase negro, a sua miríade de frases repetidas até à quase exaustão em todas as situações possíveis e imagináveis, a sua As Time Goes By, tocada por Sam no seu piano, o seu clímax na cena final, tudo contribui para a mitificação deste belíssimo filme. O momento em que vemos Casablanca é o momento em que começamos a ver, verdadeiramente, cinema - depois de o vermos, nada mais é igual ao que era antes: a água sabe-nos ao mesmo, o Sol brilha como de costume, mas nós, mudados pelo que vimos, queremos, sempre, e para sempre, retornar àquela magnífica cidade aportada na costa africana, símbolo de sonhos concretizados e de liberdade.

Casablanca não é um filme normal. É algo de incomensuravelmente belo, que merece ser revisto sempre que nos apeteça. E, quer queiramos, quer não, a frase que melhor o descreve é aquela que nunca chegou a ser dita: Play it again, Sam.




Ilsa: Play it once, Sam. For old times' sake.
Sam: [lying] I don't know what you mean, Miss Ilsa.
Ilsa: Play it, Sam. Play "As Time Goes By".

Título Original: Casablanca
Realização: Michael Curtiz
Argumento: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch & Murray Burnett e Joan Alison (peça Everybody Comes to Rick's)
Intérpretes: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Dooley Wilson, Peter Lorre, Conrad Veidt
Música: Max Steiner
Fotografia: Arthur Edeson
Género: Drama, Guerra, Romance
Duração: 102 minutos

IMDb: 8.8/10
Rotten Tomatoes: 97% (9/10 average rating)



sábado, 9 de abril de 2011

Les nuits rouges du bourreau de jade (2009)

Les nuits rouges du bourreau de jade, a.k.a. Red Nights, é de certeza um filme que promete ser um dos mais interessantes de ver. Apesar de serem as suas primeiras participações num filme como realizadores, Julien Carbon e Laurent Courtiaud foram capazes de introduzir algo inovador e apelativo a este crossover asiático e francês, algo que explora os cantos mais sombrios do comportamento humano através duma perspectiva fetichista e psicossexual.

Embora seja graficamente soberbo, em termos de conteúdo não estamos perante um filme demasiado complexo. A história circula à volta duma caixa que contem um selo de jade branco, que dizem ter pertencido ao primeiro Imperador da China e encontra-se na posse de Catherine (Frédérique Bel). Após matar o amante, Catherine foge para Hong Kong com intenções de vender o artefacto, pouco depois descobre-se que afinal o selo contem um elixir antigo, desenvolvido pelo carrasco do Primeiro Imperador da China, que possui propriedades paralisantes e é capaz de reforçar as sensações do ser humano. Esta descoberta faz com que Catherine seja apanhada nos esquemas de Carrie Chan (Carrie Ng), uma abastada patrona das artes e amante de sadomasoquismo, obcecada pelo elixir que não olha a fins para obter o elixir.

Este thriller erótico é capaz de cativar a atenção do espectador logo desde o inicio e mantém-nos colados ao ecrã durante todo o filme, graças as suas diversas cenas exóticas e chocantes que envolvem diversas torturas física e psicologicamente sádicas, que focam não só na dor do individuo mas como também no prazer proporcionado, algo que aqui no Matinée consideramos inédito. A imagem e fotografia desta obra-prima é simplesmente fantástica e demonstra grande profissionalismo no seu desenvolvimento, isso em junção com uma óptima banda sonora, proporcionam uma excelente experiência de visualização e realça tudo o que há de bom tanto nas cenas como na história em si.

É definitivamente um filme que se deve ver pelo menos uma vez, seja acompanhado ou sozinho, e deve ser visualizado com uma mente aberta ao inesperado, dessa forma poderá desfrutar ao máximo esta experiência e as novas sensações que este filme introduz na industria cinematográfica.





Título Original: Les Nuits Rouges du Bourreau de Jade
Realizador: Julien Carbon; Laurent Courtiaud
Argumento: Julien Carbon; Laurent Courtiaud
Intérpretes: Frédérique Bel; Carrie Ng; Carole Brana; Stephen Wong Cheung-Hing; Kotone Amamiya 
Música: Alex Cortés; Willie Cortés
Fotografia: Man-Ching Ng
Género: Thriller; Gore
Duração: 98 minutos



quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Single Man (2009)

Numa semana, no mínimo, complicada no que toca a horários e actividades, lá se acabou por arranjar (finalmente!) um tempinho para ver A Single Man, o filme que marcou a (auspiciosa) estreia do estilista Tom Ford na realização.

George Falconer (interpretado por um Colin Firth que mais tarde viria a ser nomeado para o Oscar de Melhor Actor por este mesmo papel) é um professor inglês radicado em Los Angeles, que, após a morte do seu companheiro de longa data, Jim, encontra dificuldades em lidar com a sua dor. Depois de oito meses de luto, George decide pôr fim à sua vida. George passa, então, o dia em que se planeia matar com várias pessoas que, de uma maneira, ou doutra, o fazem redescobrir os pequenos prazeres e alegrias da vida, enquanto relembra a sua vida em comum com Jim e coloca os seus assuntos em ordem.

No capítulo da representação, é quase obrigatório destacar os papéis do já mencionado Colin Firth, de Julianne Moore como Charley, a amiga de George que sonha em ter um relacionamento com ele, apesar da sua homossexualidade, e de Nicholas Hoult (o Tony de Skins) como Kenny, um dos alunos de George, que demonstra uma estranha curiosidade pelo seu professor.

A Single Man imerge-nos numa nostalgia dourada, numa doce melancolia motivada pelo sentimento de perda e pelas recordações de um passado que já não torna mais - sensações motivadas, fundamentalmente, pela belíssima fotografia do filme, dominada pelos tons em castanho, amarelo e sépia.

Tom Ford conseguiu construir um bom drama, que vale, sobretudo, pela boas interpretações de um elenco com uma qualidade muito acima da média, e fazer esquecer que esta foi a sua estreia como realizador.







Título Original: A Single Man
Realização: Tom Ford 
Argumento: Tom Ford, David Scearce & Christopher Isherwood (romance)
Intérpretes: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode, Jon Kortajarena, Paulette Lamori
Música: Abel Korzeniowski
Fotografia: Eduard Grau
Género: Drama, Romance
Duração: 99 minutos


segunda-feira, 4 de abril de 2011

3 trailers fresquinhos

Saíram nos últimos dias os trailers de 3 dos filmes mais esperados desta Primavera/Verão: The Hangover Part II, Hobo with a Shotgun e Midnight in Paris.


The Hangover Part II
, Todd Phillips:




Hobo with a Shotgun
, de Jason Eisener:




Midnight in Paris
, de Woody Allen:

sábado, 2 de abril de 2011

Chloe Moretz junta-se a Johnny Depp e companhia em "Dark Shadows"

Está confirmada a participação de Chloe Moretz em Dark Shadows. Chloe juntar-se-á, assim, a nomes como Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Michael Sheen e Jackie Earle Haley, também já confirmados no novo filme de Tim Burton.



Dark Shadows, a história do vampiro Barnabas Collins (Depp), está neste momento em fase de pré-produção, e tem estreia marcada para 2012.