Jason Schwartzman e Natalie Portman em HOTEL CHEVALIER (2007), curta-metragem de Wes Anderson que serviu de introdução para o seu The Darjeeling Limited. Paris vista do quarto de hotel de Jack Whitman.
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Triangle (2009)
Uma boa tentativa, a isso se resume Triangle, de Christopher Smith, infelizmente o filme transpira arrogância e tenta ser mais do que consegue.
Jess (Melissa George) juntamente com um grupo de amigos, Greg (Michael Dorman), Downey (Henry Nixon), Sally (Rachael Carpani), Heather (Emma Lung) e Victor (Liam Hemsworth), vão dar um passeio de barco. Acabam por naufragar e são aparentemente salvos por um navio, no entanto o navio não é o que eles esperavam e Jess, mãe de um filho autista, é a única ciente dos acontecimentos bizarros e acaba numa luta para conseguir voltar a casa para junto do filho.
Nenhum dos desempenhos merece uma menção superior, foram todos muito medianos, talvez o de Melissa George se destacasse um pouco mais se não fosse o único realmente relevante. O argumento tem tantos buracos que se fosse um queijo era ralado, e à medida que o filme vai avançando faz cada vez menos sentido. Numa tentativa de criar algo intelectualmente e psicologicamente avassalador cai tudo por terra quando é fácil desvendar o segredo nos primeiros 20 minutos, e daí prever o resto do filme sem dificuldade. Não queria falar do tema em si, já não pretendo estragar a experiência dos que ainda possam querer ver, mas posso dizer que é um tema que já foi melhor explorado em outros filmes, com um pretexto mais crédivel e não de deus grego. Simplesmente medíocre, não é mau mas também não é bom o suficiente para se fazer sobressair e acaba por ser enterrado nos escombros dos filmes de terror de série B, esquecidos após uma visualização.
Apenas para ser visto num dia de eterno aborrecimento, talvez como um daqueles filmes de domingo que se vê só porque mais nada de jeito está a dar na televisão.
Título Original: Triangle (Reino Unido/Austrália, 2009)
Realizador: Christopher Smith
Argumento: Christopher Smith
Intérpretes: Melissa George; Joshua McIvor; Michael Dorman; Henry Nixon; Rachel Carpani; Emma Lung; Liam Hemsworth
Música: Christian Henson
Fotografia: Robert Humphreys
Género: Mistério, Terror, Thriller
Duração: 99 minutos
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Banda Sonora: "The Darjeeling Limited"
Where Do You Go to (My Lovely), de Peter Sarstedt.
Admitindo que a estética e a narrativa das obras de Wes Anderson poderão não ser para todos os gostos, é complicado não ir à bola com as suas escolhas musicais. Esta, bela cantiga de Peter Sarstedt, figura em The Darjeeling Limited e Hotel Chevalier, a curta-metragem que o introduziu.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
The Tall Man (2012)
Ao contrário do que se possa pensar inicialmente, The Tall Man não é um filme de terror, mas sim uma espécie de crítica social cujas verdadeira intenções são reveladas de forma gradual e inesperada ao espectador. Pascal Laugier criou um enredo inteligente que tenta impingir choque e fazer o público pensar, o que devido a diversas inconsistências acaba por não acontecer ou simplesmente não é convincente o suficiente.
Na cidade de Cold Rock as crianças andam a desaparecer misteriosamente, a população acredita que é obra do 'Tall Man', uma personagem que se crê ser uma lenda mas que alguns já viram a vaguear pelos bosques da cidade. Nesta cidade devastada pela extrema pobresa, Julie (Jessica Biel) é a enfermeira local e acaba por se envolver nos segredos que obscuram a cidade quando o seu filho é levado. Quando se pensa que o segredo está para ser revelado, tudo aquilo em que se acreditava dá uma volta completa e deixa o espectador a ponderar os seus próprios valores morais.
The Tall Man tem o erro mais comum que se pode encontrar em filmes do género, tenta ser mais do que aquilo que realmente é e torna-se um pouco exagerado e nada convincente. Com situações rebuscadas que chegam a encaixar com o que o filme tem de bom. Óptimas actuações, Jessica Biel faz um excelente trabalho, em parte também porque desempenha dois papeis diferentes, e Jodelle Ferland mostrou mais uma vez uma grande potencialidade e faz justiça ao seu currículo bastante preenchido. Há que dar louvor à fotografia e em termos gerais é um filme bem concebido, mas voltamos ao problema de tentar passar por cima de si mesmo. Não é possível falar muito do problema em si sem arriscar revelar tudo o que torna o filme interessante, apenas que é um crítica à sociedade e que o caminho que tenta seguir e como o segue não é, em certas partes, plausível e quase fantasioso, num filme que é suposto ser encarado com seriedade.
Não é um filme que agradará a todos, não é fácil de gostar e pode tornar-se um pouco confuso, principalmente quando todo o tema é alterado bruscamente. Mas é um bom filme e recomendo a ver quem esteja disposto a vê-lo de mente aberta, poderá até surpreender.
Realizador: Pascal Laugier
Argumento: Pascal Laugier
Intérpretes: Jessica Biel; Jodelle Ferland; Stephen McHattie; William B. Davis; Samantha Ferris
Música: Todd Bryanton
Fotografia: Kamal Derkaoui
Género: Drama, Mistério, Thriller
Duração: 106 minutos
Trailer de "The Hobbit: An Unexpected Journey"
Peter Jackson volta-se de novo para o seu autor favorito, Tolkien. Depois do trabalho desenvolvido pelo neozelandês nos filmes da saga The Lord of the Rings, as expectativas em relação a este The Hobbit: An Unexpected Journey são já altas. O filme será o primeiro de uma trilogia inspirada no livro homónimo do escritor britânico e tem estreia marcada em Portugal para 13 de Dezembro deste ano.
domingo, 23 de setembro de 2012
Livid (2011)
A dupla de realizadores, Alexandre Bustillo e Julien Maury, responsável pelo L'intérieur, vem mostrar a sua versatilidade no mundo do cinema de terror. Se o projecto anterior da dupla era terror de extrema violência, Livid é um completo oposto, sendo que se trata de terror com um ambiente mais melancólico que evolui para algo mais ameaçador e inquietante.
Lucy (Coulloud) é uma jovem que está em período de treino para ajudar idosos incapacitados que vivam sozinhos. Quando visita a Srª.Jessel (Marie-Claude Pietragalla), que se encontra num coma e vive sozinha numa grande mansão, a sua supervisora Catherine Wilson (Catherine Jacob) diz-lhe que a velha senhora tem um tesouro escondido algures na mansão mas que nunca ninguém o encontrou. Lucy acaba por confiar esta informação com o namorado, William (Félix Moati), e o irmão do mesmo, Ben (Jérémy Kapone), que imediatamente decidem que deveriam ir à procura do tesouro com o objectivo de melhorarem as suas vidas. Infelizmente os planos correm mal quando os três descobrem que o tesouro não é o que imaginavam e ficam presos na mansão, enquanto são perseguidos por seres sedentos de sangue.
Talvez não seja fácil de captar logo desde o inicio, mas não estamos perante o nosso típico filme de terror. Alexandre Bustillo e Julien Maury conseguiram criar algo original, o que é difícil de encontrar no cinema de terror moderno. No entanto, é uma história que acaba por ser mal contada e poderá passar despercebida aos que não estejam tão atentos aos pormenores, isto mostra um pouco de imaturidade na concepção do argumento. O filme segue um ritmo continuo até uma certa parte e depois disso o ritmo aumenta e diminui de forma frenética e muito inconsistente, o que é uma pena já que é criada uma certa expectativa para algo bastante bom e acaba por se derrubar sobre si mesmo, principalmente num filme com uma potencialidade enorme como este. Todo o filme tem um ambiente escuro, gótico, e com elementos de fantasia, ao estilo conto-de-fadas dos irmãos Grimm, o que de certeza irá fazer lembrar Guillermo Del Toro. O cenário principal, a mansão, é perfeito, todos os elementos que o constituem e que vão aparecendo ao longo do filme enquadram-se muito bem no ambiente, juntando a isso temos também uma fotografia bonita e apropriada que torna toda a experiência da visualização muito mais aprazível.
Certamente uma lufada de ar fresco para os amantes do terror, mesmo com muitas da falhas, quase imperdoáveis, continua a agradar. Ao Livid é necessário dar uma hipótese e ver de mente aberta e pronta a qualquer eventualidade que possa não ser tão boa como outras partes do filme. Não é perfeito mas dá gosto ver.
Realizador: Alexandre Bustillo; Julien Maury
Argumento: Alexandre Bustillo; Julien Maury
Intérpretes: Chlóe Coulloud; Félix Moati; Jérémy Kapone; Catherine Jacob; Béatrice Dalle; Chlóe Marcq
Música: Raphael Gesqua
Fotografia: Laurent Barès
Género: Terror, Fantasia
Duração: 88 minutos
Sunday Stills #4: "American History X"
Edward Furlong como Danny Vinyard em AMERICAN HISTORY X (1998), de Tony Kaye. A representação do racismo e do preconceito em filme, altamente influente no Cinema que se lhe seguiu.
sábado, 22 de setembro de 2012
Resident Evil: Retribution (2012)
Já lá vão 10 anos desde o primeiro Resident Evil, o franchise de video jogos da Capcom que virou saga de cinema, surpreendentemente, continua com um sucesso bastante firme e promete não acabar em Retribution. Paul W.S. Anderson volta ao papel de realizador, com mais um trabalho suficientemente satisfatório apenas para os fãs aficionados da série.
Mais uma vez, Alice vê-se capturada pela Umbrella Co., agora liderada pela Red Queen, um computador cujo único objectivo é exterminar a vida na terra. Uma parceria improvável entre Alice (Milla Jovovich) e Albert Wesker (Shawn Roberts) parece ser a última hipótese da humanidade, por isso Wesker envia uma equipa especial para salvar Alice. Como se não bastasse serem perseguidos pelos soldados da Umbrella, também têm que lidar com os zombies, que agora estão maiores e mais imparáveis.
Desde o segundo filme que a série tem sofrido de graves problemas de continuidade e Retribution não é excepção, a cada novo filme sinto a necessidade de rever o anterior para ter a certeza que não me faltou nada, infelizmente isso não ajuda e continuo a ficar confuso com certas falhas no argumento integral da série. Personagens aparecem e desaparecem sem qualquer tipo importância, e embora possamos revisitar velhos conhecidos de filmes anteriores é lhes dada tão pouca atenção que se torna irrelevante. São introduzidos novas personagens já conhecidas dos jogos, Leon Kennedy (Johann Urb), Ada Wong (Bingbing Li) e Barry Burton (Kevin Durand), três ícones que não podiam faltar para atrair mais os fãs. Prémio para interpretação mais fiel vai para Johann Urb que desempenha o papel de Leon de forma impecável. Muito do diálogo é apalermado e tira completamente a credibilidade das personagens.
Resident Evil: Afterlife sofria de excesso de slow-motion, isto é algo que se mantém em Retribution mas muito mais excessivo, penso que todo o filme teria uma duração de 50 minutos se não houvesse slow-motion. Depois temos um conjunto bastante grande de planos das cara de confusão da Milla Jovovich ou de corpo inteiro com o seu fato de BDSM, aí são mais 15 minutos de filme. Outra coisa que achei curioso, e um pouco estranho, foram as novas evoluções dos zombies, nomeadamente o Licker gigante e os zombies russos a usarem armas. No entanto gostei bastante da adição do parasita Las Plagas, uma referência muito bem vinda ao Resident Evil 4.
Cada vez mais é díficil não continuar a ir ver as sequelas, começa a ser daquele tipo de filmes que se vê para a diversão e sai-se sempre da sala de cinema com um sorriso de satisfação na cara. Toda a parte misteriosa e mais intrigante da história já desapareceu, agora já se baseia apenas em longas cenas de pura acção e se houver mais uma sequela o final do Retribution dá a entender que vai ser uma balbúrdia completa. Se gostam de acção e são fãs de Resident Evil, este filme é feito para vocês, e se ainda não viram os anteriores então não sei do que estão à espera.
Título Original: Resident Evil: Retribution (Alemanha/Canadá, 2012)
Realizador: Paul W.S. Anderson
Argumento: Paul W.S. Anderson
Intérpretes: Milla Jovovich; Sienna Guillory; Michelle Rodriguez; Aryana Engineer; Bingbing Li; Boris Kodjoe; Johann Urb; Kevin Durand; Shawn Roberts
Música: tomandandy
Fotografia: Glen MacPherson
Género: Acção, Ficção Científica, Terror, Thriller
Duração: 95 minutos
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Piranha 3DD (2012)
Definitivamente a maior perda de tempo e dinheiro do verão de 2012.
Se o primeiro já era mau e desnecessário este nem merece uma visualização. John Gulager faz um trabalho incompreensivelmente mau, a juntar ao argumento rídiculo e intragável tornam isto num pedaço de cinema vergonhoso.
As piranhas pré-históricas voltaram, desta vez a um parque aquático. Simples e com poucas oportunidades para falhas, mas mesmo assim consegue ser ilógico. Com diálogos que ultrapassam a barreira da extrema estúpidez, cenas completamente deslocadas de contexto, um elemento gore do mais rasca possível. Resumindo, é um desculpa de 20 milhões de dólares para mostrar mamas e fazer uma piada com o Hasselhoff, todo o filme é feito para, e com, essa piada imbecil. Ainda estou para perceber a necessidade de fazer o filme em 3D, o uso é irrelevante, só mesmo para sacar mais algum dinheiro do bolso do público. Os actores nem merecem destaque, isto é uma mancha negra no currículo de qualquer um. Não existem palavras para descrever a inutilidade e irracionalidade desta trapalhada.
Precisei, literalmente, de três ocasiões distintas para o acabar de ver e estive quase para desistir. Não recomendo a ninguém. Tenho por hábito dar o benefício da dúvida ao tipo de filme que é engraçado de tão mau que é, no entanto, Piranha 3DD consegue ser tão mau que se torna vergonhoso. Como conseguem financiamento para projectos como este é, para mim, um eterno mistério.
Título Original: Piranha 3DD (EUA, 2012)
Realizador: John Gulager
Argumento: Patrick Melton; Marcus Dunstan; Joel Soisson
Intérpretes: Danielle Panabaker; Matt Bush; Katrina Bowden; Jean-Luc Bilodeau; David Koechner; Chris Zylka
Música: Alia Cmiral
Fotografia: Alexandre Lehmann
Género: Comédia, Terror
Duração: 83 minutos
Citações: "The Ides of March"
«I'm not a Christian. I'm not an Atheist. I'm not Jewish. I'm not Muslim. My religion, what I believe in is called the Constitution of United States of America.»
Stephen Meyers
Ryan Gosling em The Ides of March.
Don't Be Afraid of the Dark (2010)
Guillermo del Toro tem vindo a cimentar a sua reputação nos últimos anos como um dos novos mestres do Terror. Para quem souber onde procurar, é fácil encontrar nas obras em que o mexicano participa como produtor, argumentista ou realizador - posto no qual, de resto, se revela mais competente - os traços característicos do seu trabalho. Ambientes luminosos, contos-de-fadas pervertidos, pais ausentes e/ou negligentes, todos eles são marcas do universo de del Toro como autor. DON'T BE AFRAID OF THE DARK não foge à regra nem ao padrão, encaixando bem na filmografia do mexicano, que o desenvolveu como argumentista e produtor.
Realizado por Troy Nixey, a película revela a espaços a inexperiência do canadiano, estreante em longas-metragens. Adaptada de um filme televisivo de 1973, a estória foca-se numa menina que vai viver com o pai e a sua nova namorada numa casa em restauro e que liberta, inadvertidamente, demónios antigos que a querem tornar numa deles. A premissa não é novidade, mas a forma como foi filmado chega para o filme levar a sua avante. Os sustos são bem pensados - rompe-se com a moda e não se depende em demasia de jump scares - e a imagética atrai o espectador. Bailee Madison, a mais nova, destaca-se e revela-se facilmente uma das melhores personagens infantis do Terror recente. Ela, afastada pela mãe e frequentemente ignorada pelo pai nos seus gritos de ajuda face ao sobrenatural, demonstra um variado leque de emoções, tocando desde a apatia ao medo. É ela a estrela de Don't Be Afraid of the Dark. Já Guy Pearce é mal aproveitado, e Katie Holmes surge medíocre na sua interpretação, nao muito longe da qualidade a que já nos habituou.
Del Toro gosta de brincar nos seus filmes com a junção precoce de terror com a infância. Mesmo como produtor não se afasta muito desse registo e cria, de novo, uma assustadora fantasia em torno de uma rapariguinha e dos contos-de-fadas que lhe vão chegando. Talvez por isso - o casarão na natureza e com motivos naturalistas, as cenas douradas e luminosas, a escolha de uma criatura associada a crianças, o próprio labirinto - seja fácil identificar, tendo em conta as devidas distâncias, Don't Be Afraid of the Dark com El Laberinto del Fauno, obra-maior da filmografia do mexicano (essa como realizador), mais perfeita e polida do que esta abordagem de Nixey ao tema. Numa só palavra, razoável.
Realizador: Troy Nixey
Argumento: Guillermo del Toro, Matthew Robbins (baseado no telefilme de 1973 escrito por Nigel McKeand)
Intérpretes: Bailee Madison, Guy Pearce, Katie Holmes, Jack Thompson, Julia Blake, James Mackay, Alan Dale
Música: Marco Beltrami, Buck Sanders
Fotografia: Oliver Stapleton
Género: Terror, Thriller
Duração: 99 minutos
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Banda Sonora: "Ferris Bueller's Day Off"
Danke Schoen, de Bert Kaempfert, Kurt Schwabach e Milton Gabler, interpretada por Wayne Newton e Twist And Shout, de Bert Russell e Phil Medley, interpretada pelos The Beatles.
Para alguns o melhor filme de John Hughes e um dos melhores filmes coming-of-age, Ferris Bueller's Day Off é facilmente incluído nas listas de obras preferidas de quem viveu a adolescência na década de 80. A cena do cortejo na baixa de Chicago é memorável, com Ferris Bueller (Matthew Broderick) a cantar no topo de um carro alegórico, rei e senhor da festa. Longe, o seu melhor amigo e a namorada discutem planos para o futuro. Uma das melhores cenas do cinema com adolescentes do século passado.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Blitz (2011)
É complicado digerir este BLITZ. Não que seja de premissa complicada ou sequer de enredo particularmente convulso, mas o ritmo e a violência, muitas vezes gráfica e gratuita, não ajudam à tarefa. Aqui evita-se perder tempo em explicações e miudezas - o que tem de acontecer, acontece, e depressa. O que significa pancadaria e adrenalina quase sem limites, ao som de uma banda sonora insistente e penetrante, capaz de mexer com o sistema nervoso e pôr qualquer um em polvorosa. Jason Statham parece ter descoberto a fórmula que melhor se lhe adequa
e mais satisfaz os seus espectadores: acção frenética, sem lugar para argumentos coerentes e coesos.
Blitz é o nome do assassino lá do burgo. Pode nem ser grande coisa, mas mostra-se o suficiente para deixar aterrorizados os polícias da área, vítimas de eleição do maníaco. A solução é simples: Brant, um super-polícia, homem pouco sensível a regras e protocolos. É o regresso à mentalidade do custe o que custar, dos heróis monossilábicos, homens da lei sem lei, prontos a descarregar a testosterona no primeiro criminoso idiota o suficiente para cruzar o seu caminho. Daí se percebe o apêndice que título ganhou na tradução portuguesa - Sem Remorsos - sintomático do esbatimento da linha que separa o certo do errado. Pode não ser complicado separar os heróis do vilão, mas é difícil identificarmo-nos com as acções de ambos. O código moral das personagens surge corrompido pelo crime que as rodeia, e, mais uma vez, representa-se a ténua fronteira entre o Bem e o Mal numa perseguição entre justiceiro e criminoso. Nada de novo, portanto.
Realizador: Elliott Lester
Argumento: Nathan Parker (baseado na obra de Ken Bruen)
Intérpretes: Jason Statham, Paddy Considine, Aidan Gillen, Zawe Ashton, David Morrissey, Luke Evans
Música: Ilan Eshkeri
Fotografia: Rob Hardy
Género: Crime, Thriller
Duração: 97 minutos
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Banda Sonora: "Repo! The Genetic Opera"
At the Opera Tonight, de Darren Smith e Terrance Zdunich, interpretada por Alexa Vega, Sarah Brightman, Anthony Head, Paris Hilton, Terrance Zdunich, Paul Sorvino, Bill Moseley e Nivek Ogre.
É complicado encontrar alguém que goste ou sequer conheça Repo! The Genetic Opera. E bastam poucos minutos do filme para perceber porquê. Salvam-se os números musicais, pratos fortes desta rock opera, que contam com a voz de gente como Alexa Vega, Anthony Head e Paris Hilton, entre outros. Este, At the Opera Tonight, marca o início do último acto do filme.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Horrible Bosses (2011)
A sinopse de HORRIBLE BOSSES, traduzida quase à letra, dita que três amigos conspiram para matar os seus chefes quando se apercebem que estes se encontram no caminho da sua felicidade. Quase ironicamente, ou não fosse o filme uma comédia de Verão, os três amigos, inaptos e incapazes de assassinar quem quer que seja, acabam por complicar ainda mais a sua vida. Uma espécie de Strangers on a Train sem a frieza e o calculismo, fruto de três almas pacíficas atormentadas pelos seus demónimos (muito) pessoais. O que trabalha no escritório tem como chefe um executivo sem escrúpulos, presidente da empresa e psicopata nos tempos livres. É o que sofre mais, entre horários apertados e noitadas no trabalho inspiradas pelo sadismo do patrão. O que trabalha num armazém, gerente do estaminé, adora o seu chefe; quem não suporta é o filho do dono da empresa, cocainómano e imbecil. Azar o dele quando o mais velho morre e é o filho a tomar conta da casa. O terceiro, a trabalhar num consultório de dentistas como assistente, é assediado pela sua chefe, maneater inveterada e inconveniente nos seus avanços. É gozado pelos amigos, mas só ele sabe o quanto sofre no seu emprego - nota-se já aqui uma modesta crítica à sociedade e à noção de que o assédio sexual é um comportamento apenas masculino.
Comédia bem dentro da média, Horrible Bosses faz-se de piadas e gags curiosos, embora repetidos. Não tão vazio quanto pode parecer, tenta esboçar tímidas reflexões sobre a actualidade e o mundo do trabalho. Os três protagonistas, caras facilmente conhecidas de outras comédias, adequam-se e equilibram-se bem durante o filme. De louvar as escolhas para os "chefes intragáveis", com Kevin Spacey, Jennifer Aniston e Colin Farrell a surgirem irreconhecíveis cada qual no seu papel. A produção quebra no final, criando problemas na estória difíceis de resolver e metendo-se por caminhos dos quais nem sempre encontra saída. Seth Gordon não apresenta a melhor solução, mas consegue acabar o filme de forma razoavelmente satisatória. Fica a ideia que era possível fazer melhor.
Realizador: Seth Gordon
Argumento: Michael Markowitz, John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein
Intérpretes: Jason Bateman, Jason Sudeikis, Charlie Day, Kevin Spacey, Colin Farrell, Jennifer Aniston, Donald Sutherland, Jamie Foxx, P.J. Byrne, Julie Bowen
Música: Christopher Lennertz
Fotografia: David Hennings
Género: Comédia, Crime
Duração: 98 minutos
terça-feira, 11 de setembro de 2012
The Cabin In the Woods (2011)
Finalmente a antiga chama dos filmes de terror clássicos volta a ser reacendida com The Cabin In The Woods. A dupla de Joss Whedon e Drew Goddard mostram que ainda há esperança e que o género ainda tem alguma coisa para dar, embora que para tal se tenha que revisitar velhos conhecidos.
Não estamos perante um filme ao qual possamos atribuir uma sinopse que não revele algo do que o torna surpreendente e interessante. Trata-se da história de um grupo de amigos que decide ir passar férias numa cabana no bosque e a quem as coisas não correm como previsto. Dito assim poderá parecer o típico thriller americano e dará já uma ideia de como decorrerá todo o filme, tornando-o imediatamente aborrecido, já que é um assunto explorado até à exaustão. Pois se assim pensam, então estão imensamente enganados, não se trata da nossa habitual ração de terror, é como um banquete para os realmente esfomeados por entranhas e sedentos de sangue. Aqui, tudo o que rege o mundo do cinema de terror é exposto e revisto, o que leva consequentemente à sua pitada de comédia e paródia.
Whedon e Goddard sabem o que fazem e não é por acaso que o filme segue o rumo que segue, com um historial já preenchido de participações em projectos do género fantástico já possuem essa obrigação. Para quem é fã do cinema de terror, The Cabin In The Woods traz consigo nostalgia e possivelmente boas recordações, que certamente farão o sangue desses mesmos fãs ferver de entusiasmo, pois não será o suficiente um mero conhecimento básico. Não é de um nível técnico surpreendente, nem é esse o seu propósito, é um filme puramente fan service
Um must see deste verão, sei que já está a acabar, por isso mais uma razão para se despacharem já que será mais apreciado numa sala de cinema. Não o deixem escapar, principalmente os fãs hardcore, este foi feito só para vocês.
Título Original: The Cabin In the Woods (EUA, 2011)
Realizador: Drew Goddard
Argumento: Joss Whedon; Drew Goddard
Intérpretes: Kristen Connolly; Chris Hemsworth; Anna Hutchison; Fran Kranz; Jesse Williams; Bradley Whitford; Richard Jenkins; Amy Acker;
Música: David Julyan
Fotografia: Peter Deming
Género: Terror; Thriller; Comédia
Duração: 95 minutos
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Trailer de "Cloud Atlas"
Foi divulgado um novo trailer para Cloud Atlas, o novo filme de Tom Tykwer e dos irmãos Wachowski. O filme, que estreou para críticas positivas no Festival de Toronto, inspira-se na obra de David Mitchell e conta seis histórias separadas no tempo narradas por personagens diferentes (os actores interpretam diversas personagens). Estreia 20 de Dezembro em Portugal.
sábado, 8 de setembro de 2012
Total Recall (2012)
Não sai aos seus, mas degenera.
Há qualquer coisa neste TOTAL RECALL que nunca chega a bater certo. Durante duas horas é constante a sensação de que algo de errado se passa no ecrã. Pior ainda será para quem tenha bem presente na memória o Total Recall de há duas décadas, inacreditavelmente superior a este e bem mais próximo ao conto original de Philip K. Dick que lhe serviu de inspiração. Adaptadas da mesma fonte, são mais as diferenças que separam as duas películas do que as semelhanças que as unem.
Da estória, então, nem se fala. Numa época em que a grande maioria da superfície da Terra foi destruída por uma guerra química, a vida faz-se entre Londres e a Austrália. A primeira continua a metrópole, a segunda colónia habitada por trabalhadores mal pagos e gente de gosto e origem duvidosa. Doug Quaid (Colin Farrell) é um dos que viaja diariamente entre os dois continentes, residente nos bairros de lata da Colónia e trabalhador numa das fábricas londrinas. A sua rotina repete-se, mas Quaid começa a sentir que lhe falta algo. Vítima de um pesadelo recorrente com uma mulher que não é a sua esposa, decide visitar a Rekall, empresa que implanta memórias na mente dos seus clientes, esbatendo permanentemente a linha que separa a realidade da fantasia. À imagem do primeiro, a memória e a percepção da realidade são temas centrais neste Total Recall; não chegam a ser convenientemente explorados, mas estão lá. A vida dupla, a opressão do governo, a sobrepopulação também. Afinal de contas, continua a ser uma adaptação, embora liberal, de uma obra de Philip K. Dick, e o escritor nunca se refreou de escrever ficção-científica com fundo social. É de lamentar a direcção que a equipa de argumentistas decidiu dar à obra, mas aí o assunto já será outro. A direcção de Len Wiseman pauta-se pelos mesmos princípios de mediocridade, desperdiçando planos e enquadramentos em movimentos de câmara absurdos. As cenas de fuga pelas cidades parecem saídas de um videojogo de plataformas, tal como a sequência em que Quaid despacha 10 polícias, obsoleta até para o meio em que foi inspirada.
Sobra pouco para aproveitar e recordar neste Total Recall. Perderam-se boas ideias na construcção das cidades, mesmo que fossem óbvias maquetas de outras vistas em filmes do género. A favela da Colónia, inspirada na L.A. multicultural de Blade Runner, perde-se em planos-sequência de perseguições e panorâmicas inseridas nos momentos errados. Já Londres, branca, inspirada na estética utópica da cidade-modelo futurista, quase retirada de um fotograma de I, Robot, construída em altitude, nunca é merecedora de particular destaque na película. As duas ligadas por um elevador sugestivamente chamado A Queda, que, também sugestivamente, passa pelo núcleo do planeta. As ideias mal aproveitadas precipitam-se umas atrás das outras e deixam um gosto amargo no espectador. Não é de estranhar a meia-dúzia de referências ao antecessor, o outro Recall, colocadas à pressão no filme e gritantes na denúncia da sua origem - a prostituta de três mamas, a senhora gorda à frente de Quaid na alfândega, cópia a papel químico do disfarce do outro Quaid para entrar em Marte, a referência ao Planeta Vermelho. O protagonista chega a ser melhor, mas mesmo isso é contrabalançado por duas péssimas escolhas nos papéis femininos. E nem Bill Nighy ou Bryan Cranston, figuras maiores em lados opostos, parecem dispostos a salvar a fita.
Há duas décadas Verhoeven fez mais com, teoricamente, menos à disposição. Já bem dentro de um novo milénio, o objectivo parece passar mais por mostrar os avanços tecnológicos alcançados na indústria do que fazer justiça à estória. Para isso, mais vale ir a Marte.
Realizador: Len Wiseman
Argumento: Kurt Wimmer, Mark Bomback, Ronald Shusett, Dan O'Bannon, Jon Povill (baseado no conto de Philip K. Dick)
Intérpretes: Colin Farrell, Kate Beckingsale, Jessica Biel, Bryan Cranston, Bill Nighy
Música: Harry Gregson-Williams
Fotografia: Paul Cameron
Género: Acção, Aventura, Ficção Científica
Duração: 118 minutos
Etiquetas:
Acção
,
Aventura
,
Críticas
,
Ficção-Científica
,
Thriller
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
The Tourist (2010)
Um homem de cara desconhecida é perseguido pela máfia russa e pela polícia internacional. A sua amante embarca num comboio rumo a Veneza. Pelo meio, apanha um turista americano de estrutura facial semelhante à da figura misteriosa. No final, vai tudo parar a Itália, num jogo do rato e do gato entre canais, monumentos e demasiada gente à mistura. Pode parecer esquisito, quase esquizofrénico, mas são estas as linhas gerais pelas quais THE TOURIST se guia. Remake de um filme francês - Anthony Zimmer (2005) - perde-se no excesso de talento e acção.
Florian Henckel von Donnersmarck, cineasta alemão de nome complicado, vinha embalado de um brilhante filme com The Live of Others (Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007). Pequena pérola do cinema europeu, era previsível que desse o salto para produções maiores e que fosse capaz de atrair algumas estrelas internacionais para o seu próximo projecto. Infelizmente, entre The Live of Others e The Tourist não foi capaz de repetir virtudes, transformando os pontos fortes de um nos defeitos do outro. Incapaz de controlar a história, von Donnersmarck pauta a sua obra mais recente com ritmo inconstante, dando-lhe rumo errático e um final, no mínimo, previsível. Nem os momentos de suspense se elevam neste thriller, marcado por fugas e lutas sem adrenalina. Mas, então, o que fica para se salvar?
A mise en scène é bela e a fotografia mostra-se capaz de a acompanhar. A banda sonora equilibra as contas e o duo de protagonistas, ainda que distantes do seu auge, mostra-se carismático o suficiente para aguentar o espectador. Desperdiça-se talento - faltam bons momentos a Bettany, Sewell e Dalton - é verdade, mas The Tourist não é um filme de todo desagradável. Insosso e demasiado neutro, talvez. O melhor resume-se bem pela cena em que as personagens de Jolie e Depp se encontram pela primeira vez no comboio. O resto queda-se abaixo.
Realização: Florian Henckel von Donnersmarck
Argumento: Florian Henckel von Donnersmarck, Christopher McQuarrie, Julian Fellowes (baseado no filme original de Jérôme Salle)
Intérpretes: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Steven Berkoff, Timothy Dalton, Rufus Sewell
Música: James Newton Howard
Fotografia: John Seale
Género: Acção, Romance, Thriller
Duração: 103 minutos
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Trailer de "Hansel And Gretel: Witch Hunters"
Tem sido cada vez mais difícil suportar as adaptações a antigos contos infantis clássicos, já foram utilizados bastantes desde o Capuchinho Vermelho (Red Riding Hood) à Bela e o Monstro (Beastly), a próxima adição será Hansel And Gretel: Witch Hunters que contará com a participação de Jeremy Renner e Arterton como a de irmãos. É difícil ter uma expectativa positiva e o trailer não ajuda. Agora já só falta fazerem um filme com o Pinóquio a matar zombies.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
American History X (1998)
No outro dia, à conversa sobre Cinema com uma rapariga, veio-me à cabeça AMERICAN HISTORY X. Para ser justo, o filme terá surgido primeiro no pensamento dela, mas depressa comecei a esboçar dentro da minha própria mente uma resenha muito básica do que seria a crítica à obra. De facto, não desconhecia a película. A bem dizer, devo tê-la visto qualquer coisa como 10 vezes nos últimos 5 anos, ganhando rapidamente lugar na minha lista de filmes preferidos (todos os cinéfilos têm uma) e mais vezes visitados na minha filmoteca mental. Só que, para além do filme, outra coisa captou rapidamente a minha atenção: a minha interlocutora descreveu-o como antigo. Seria tão antigo quanto isso? Ou mais recente do que ambos julgávamos?
Na altura, a "frio", não me consegui recordar do ano em que American History X havia sido produzido. Com recurso a um computador e, principalmente, à Internet (tem sido, no geral, boa amiga nas minhas divagações cinéfilas), pude confirmar que o filme vem datado de 1998, ano em que recebeu estreia limitada nos EUA, antecipando uma candidatura aos Oscars do ano seguinte. Não sendo novo, também não será tão antigo quanto isso. Mas a confusão é compreensível. A fotografia a preto e branco - das melhores que surgiram naquela década, responsabilidade do também realizador Tony Kaye - complica a datação. E o tema do filme também não ajuda à tarefa. É que cinco anos antes aparecera um outro filme sobre nazis - Schindler's List de Spielberg, arrasa-quarteirões do ano em questão - também a preto e branco, esse de época. Os nazis dos dois filmes encontravam-se separados por algumas décadas, mas as atitudes, tão familiares e reconhecíveis, remetiam para o imaginário colectivo e permitiam associações e comparações entre as duas obras. Quais seriam piores, os alemães influenciados pela sociedade em que viviam e prontos a fechar os olhos às atrocidades ideológicos, ou os neo-nazis norte-americanos, indiferentes face à História? American History X reivindica a coroa para si, numa manobra de coragem, caracterizando os seus neo-nazis como gente ignorante sob o comando de um líder não menos insensível e confuso do que os seus seguidores. Mais violento e menos justificativo, esconde as suásticas e destaca as linhas de pensamento falaciosas que destilam ódio e preconceito. Falhou a nomeação para o Oscar de Melhor Filme, que nesse ano, de forma algo estranha (mas já característica da Academia Norte-Americana) foi para Shakespeare in Love, mas ganhou lugar cativo na cultura popular.
E depois há Edward Norton como Derek Vinyard. Um dos actores mais talentosos da sua geração dá vida a uma das personagens mais memoráveis das última décadas. Marcado por tatuagens que fez noutros tempos, quando acreditava noutras ideias, tenta salvar o irmão - o outro Edward do elenco, este Furlong de apelido - do caminho que há anos tomou. A prisão, o crime, a consciência pesada à conta das mortes e do muito ódio acumulado. Em linhas parelelas que se vão cruzando aqui e ali a sua história vai sendo contada. Compreendê-lo nem sempre é fácil, mas é possível alguma identificação. O Oscar de Melhor Actor também lhe fugiu, indo parar a Roberto Benigni por La vita è bella, mas é justo escrever que Norton construiu com base no seu talento um dos retratos mais exactos e coerentes de um homem em conflicto consigo próprio de que há memória no cinema recente. Entre os dois Edwards o filme vai ficando sem espaço para as outras personagens, que vão surgindo subtilmente e levantando importantes questões e dilemas morais. O professor negro, a namorada provocadora, a irmã liberal, todos eles trabalham em prol da resolução do problema central da película: em que parte da vida, e onde, se cruzou Derek com a ideologia nazi? Nenhuma personagem se esforça mais para responder a esta questão do que o próprio Norton, cuja presença, quase sufocante, na sala de edição levou o realizador Tony Kaye, segundo se conta, a quase rejeitar American History X como obra da sua autoria.
O filme, esse, indiferente, a questões de outra ordem que não a sua, mantém-se popular em certos círculos, assumindo-se de difícil digestão, muito por culpa da violência implícita mas crua. Tal como a imagética, por vezes o que não se vê é mais perturbador do que o que surge à vista desarmada. Capaz de provocar profundas introspecções, acaba com a maior das questões que coloca. E se o Mal vier da nossa própria casa?
Realizador: Tony Kaye
Argumento: David McKenna
Intérpretes: Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D'Angelo, Jennifer Lien, Stacy Keach, Avery Brooks, Alex Sol, Guy Torry, William Russ,
Música: Anne Dudley
Fotografia: Tony Kaye
Género: Crime, Drama
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