A dupla de realizadores, Alexandre Bustillo e Julien Maury, responsável pelo L'intérieur, vem mostrar a sua versatilidade no mundo do cinema de terror. Se o projecto anterior da dupla era terror de extrema violência, Livid é um completo oposto, sendo que se trata de terror com um ambiente mais melancólico que evolui para algo mais ameaçador e inquietante.
Lucy (Coulloud) é uma jovem que está em período de treino para ajudar idosos incapacitados que vivam sozinhos. Quando visita a Srª.Jessel (Marie-Claude Pietragalla), que se encontra num coma e vive sozinha numa grande mansão, a sua supervisora Catherine Wilson (Catherine Jacob) diz-lhe que a velha senhora tem um tesouro escondido algures na mansão mas que nunca ninguém o encontrou. Lucy acaba por confiar esta informação com o namorado, William (Félix Moati), e o irmão do mesmo, Ben (Jérémy Kapone), que imediatamente decidem que deveriam ir à procura do tesouro com o objectivo de melhorarem as suas vidas. Infelizmente os planos correm mal quando os três descobrem que o tesouro não é o que imaginavam e ficam presos na mansão, enquanto são perseguidos por seres sedentos de sangue.
Talvez não seja fácil de captar logo desde o inicio, mas não estamos perante o nosso típico filme de terror. Alexandre Bustillo e Julien Maury conseguiram criar algo original, o que é difícil de encontrar no cinema de terror moderno. No entanto, é uma história que acaba por ser mal contada e poderá passar despercebida aos que não estejam tão atentos aos pormenores, isto mostra um pouco de imaturidade na concepção do argumento. O filme segue um ritmo continuo até uma certa parte e depois disso o ritmo aumenta e diminui de forma frenética e muito inconsistente, o que é uma pena já que é criada uma certa expectativa para algo bastante bom e acaba por se derrubar sobre si mesmo, principalmente num filme com uma potencialidade enorme como este. Todo o filme tem um ambiente escuro, gótico, e com elementos de fantasia, ao estilo conto-de-fadas dos irmãos Grimm, o que de certeza irá fazer lembrar Guillermo Del Toro. O cenário principal, a mansão, é perfeito, todos os elementos que o constituem e que vão aparecendo ao longo do filme enquadram-se muito bem no ambiente, juntando a isso temos também uma fotografia bonita e apropriada que torna toda a experiência da visualização muito mais aprazível.
Certamente uma lufada de ar fresco para os amantes do terror, mesmo com muitas da falhas, quase imperdoáveis, continua a agradar. Ao Livid é necessário dar uma hipótese e ver de mente aberta e pronta a qualquer eventualidade que possa não ser tão boa como outras partes do filme. Não é perfeito mas dá gosto ver.
Realizador: Alexandre Bustillo; Julien Maury
Argumento: Alexandre Bustillo; Julien Maury
Intérpretes: Chlóe Coulloud; Félix Moati; Jérémy Kapone; Catherine Jacob; Béatrice Dalle; Chlóe Marcq
Música: Raphael Gesqua
Fotografia: Laurent Barès
Género: Terror, Fantasia
Duração: 88 minutos
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