Não vale a pena andar aqui a engonhar, JACK REACHER é o epítome dos vícios daquilo que é tradicionalmente identificado como thriller de acção. E não vale a pena engonhar porque a intenção é clara desde o início. O homem que não pode ser encontrado mas que subitamente se faz visível a quem o procura, a aura de mistério e secretismo que o rodeia, o crime que tem de resolver, as cenas de pancadaria bem coreografadas, tudo se alinha de modo a encaixotar o filme dentro de um modelo popular e bem delimitado. E depois ainda se tem Tom Cruise disparando graçolas durante duas horas, perto do seu Ethan Hunt e irresistível para as mulheres com quem se cruza. Os limites apertam-se ainda mais.
Da narrativa simples salta à vista a falta de vontade em introduzir algo de original no filme e a incapacidade de Christopher McQuarrie - mais conhecido pelos seus argumentos, nos quais se contam, entre outros, The Usual Suspects, Valkyrie e The Tourist - em dirigir de forma mais competente uma fita que, per se, precisava de pouco cuidado. O que alguns acusaram de misoginia - ou da objectificação das mulheres da estória, da empregada burra à advogada brilhante mas embeiçada por Reacher - mais não é, quer-me parecer, do que falta de subtileza no tratamento do argumento e das personagens. Não sendo excelente, escapa, no entanto, ao pretensiosismo de querer ser o que não é. Razoável.
Realizador: Christopher McQuarrie
Argumento: Christopher McQuarrie (baseado no livro de Lee Child)
Intérpretes: Tom Cruise, Rosamund Pike, Richard Jenkins, David Oyelowo, Werner Herzog, Jai Courtney, Alexia Fast, Robert Duvall
Música: Joe Kraemer
Fotografia: Caleb Deschanel
Género: Acção, Crime, Thriller
Duração: 130 minutos
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