Sete anos após o seu inicio, a saga épica do cavaleiro das trevas chega finalmente ao seu último capítulo. Conhecendo Christopher Nolan, era de esperar um final grandioso que, fundamentalmente, agradasse toda a sua enorme legião de fãs. Isto acabou por se demonstrar complicado quando THE DARK KNIGHT RISES é posto em comparação com o seu antecessor The Dark Knight, que não só foi bastante aclamado mas também subiu a fasquia para níveis que seriam impossíveis de ultrapassar.
Uma nova ameaça tenta tomar controlo sobre Gotham, Bane (Tom Hardy). Para combater este mal, Bruce Wayne (Christian Bale) volta do seu isolamento para tornar a assumir a sua antiga persona, Batman. No entanto, Bane demonstra ser um adversário muito acima das capacidades deste Batman abatido por feridas antigas, o que levará Bruce numa busca pela regeneração física e mental para que consiga salvar Gotham dos planos malignos de Bane.
Começando do principio, as expectativas para este terceiro e ultimo filme da saga eram inimaginavelmente grandes. Depois do grande sucesso que foi o anterior, dificilmente Nolan conseguiria estar à altura e tal se verificou, não se trata de algo que ultrapasse a qualidade cinematográfica de The Dark Knight mas garanto que é definitivamente um final apropriado para uma trilogia soberba. Tem tudo o que se poderia querer, um vilão carismático e poderoso, planos grandiosos de destruição em massa que apenas Nolan nos pode proporcionar e, claro, o herói com problemas de garganta que todos temos vindo a adorar.
Como já referi, não é de certeza livre de falhas, falhas essas que são demasiado evidentes para serem ignoradas e roubam todo o ímpeto que o filme ganha. Surpreendentemente, todas as falhas fatais ocorrem na ultima hora de filme em vários níveis. O vilão, inicialmente ameaçador, acaba reduzido a uma mera sombra do que julgamos que é, os planos de destruição massiva sofrem um desfecho pouco satisfatório e confuso, o nosso herói parece perder noção do que se passa, aparvalha, e o suposto contributo da Catwoman (Anne Hathaway) é completamente fútil e desnecessário para todo o enredo. Quase parece que chegaram a meio do argumento e regrediram mentalmente, uma total desilusão. Tudo é tratado como e explicado da maneira mais confusa possível, acabando por tirar toda a energia acumulada em quase duas horas de filme, deixando o público insatisfeito.
Nem tudo é perdido e ainda se aproveita bastante do entretenimento e êxtase que o filme proporciona. Sendo realista, o peso das expectativas e das exigências por parte dos fãs terá influenciado o resultado final e a necessidade de atingir algo de calibre superior revelou ser areia demais para Nolan, que mesmo com a pressão gigantesca continua a oferecer-nos uma experiência cinematográfica excelente. The Dark Knight Rises pode ter ficado aquém da grandeza, mas não deixa de ser o final de uma grande trilogia, que até à data provou, vezes sem conta, ser a melhor saga de super-heróis transferida para o cinema.
Título Original: The Dark Knight Rises (EUA/Reino Unido, 2012)
Realizador: Christopher Nolan
Argumento: Christopher Nolan; Jonathan Nolan; David S. Goyer
Intérpretes: Christian Bale; Gary Oldman; Tom Hardy; Joseph Gordon-Levitt; Anne Hathaway; Morgan Freeman
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Wally Pfister
Género: Acção, Thriller, Crime
Duração: 165 minutos
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