Descrever EL ORFANATO, de J.A. Bayona, numa só palavra levar-me-ia, talvez, a escolher "executório". Escoltando uma narrativa fantasista, linear e simplista, este é mais um título de Terror que não desaponta em teor de sustos, apesar do sentimento de monocromia que dele advém.
Em El Orfanato o espectador é convidado a acompanhar o mistério em redor de um orfanato fechado por mais de uma década e reaberto por Laura (Bélen Rueda), ex-residente dessa instituição, que planeava torná-lo numa instalação para crianças com deficiência. Após decidir mudar-se com o seu filho adoptivo Simón e marido, Carlos (Fernando Cayo), começam as assombrações. Simón é uma criança de sete anos que afirma conseguir ver um menino que usa um saco como máscara chamado Tomás. Tomás denuncia a verdade a Simón acerca da sua mãe e comunica ainda que ele iria morrer.
Contando com a produção de Guillermo del Toro, o filme apresenta elementos típicos que seriam de esperar pelo cineasta mexicano, desde o apelo à fantasia transmitido por todo um ambiente singular e único, invocações de aparições do oculto e cenários enigmáticos, até ao recurso a personagens infantis remetendo para a inocência das crianças enquanto catalisador empático, qual ponte metafórica entre o observador e a película. Não obstante, não pude deixar de sentir pela falta da expressividade visual e do ambiente característicos do mexicano.
Numa trama que tem mais de belo que de assustador, apesar de não padecer nesta última característica sempre que a vicissitude o demanda, a história atinge o seu clímax num final penoso, mas reconfortante. "Um conto de amor. Uma história de terror."
Realizador: J.A. Bayona
Argumento: Sergio G. Sánchez
Intérpretes: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Geraldine Chaplin
Música: Fernando Velázquez
Fotografia: Oscar Faura
Género: Drama, Mistério, Terror, Thriller
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