quarta-feira, 25 de julho de 2012

God Bless America (2011)

Numa sociedade governada pelo narcisismo e a arrogância do ser humano God Bless America trás uma boa solução para os males do mundo, cortando literalmente esse mal pela raiz. Bobcat Goldthwait conseguiu mais um projecto bom ao nível de World's Greatest Dad, e tenta passar uma mensagem de forma sangrenta e por vezes psicótica.

Frank (Joel Murray) está divorciado, a única filha odeia-o, um dia é repentinamente despedido por tentar socializar com uma colega de trabalho e descobre que tem um tumor cerebral. Com a vida completamente virada do avesso, pensa que o suicídio é a única opção, no entanto ao observar os comportamentos de certas pessoas na televisão chega à conclusão de que não é ele que deve morrer. Acompanhado por Roxy (Tara Lynne Barr), uma adolescente que partilha os mesmo ideais de Frank, viajam pelos Estados Unidos a livrar a população de todas as pessoas que prejudicam a sociedade, ou que são simplesmente desprezíveis. 

Uma comédia negra que contraria toda a cultura pop actual, transmite que tudo o que há de errado na sociedade se deve à população aderente ao que é mainstream, que corrompe o nosso sentido moralidade. Gosto particularmente dos monólogos de Frank, para além de bem elaborados são também bastante esclarecedores e curiosamente correctos, assim como os de Roxy, que, mesmo com diferenças, vão em encontro com os ideais de Frank. Enquanto Frank prefere concentrar-se nas pessoas que são vis e mesquinhas, Roxy segue uma linha de pensamento mais agressiva e acha que todos os que seguem os padrões da sociedade moderna como zombies merecem morrer, desde os que dão high fives a todos os envolvidos em qualquer programa de reality show. Isto em parte é um filme para hipsters, esses deverão adorar este filme.

Penso que as actuações foram bastante boas, principalmente a de Joel Murray, não é actor de muito protagonismo mas tem um desempenho fantástico em God Bless America por isso fiquei bastante satisfeito. Tara Lynne Barr mostra também estar à altura no seu papel secundário de adolescente maníaca, quase no mesmo patamar de Ellen Page em Super. A realização de Bobcat Goldthwait consegue mais uma vez ser bastante consistente, assim como o argumento, no qual a única falha será o eventual desvio da mensagem na qual acaba por se perder no desenvolvimento e culmina num final apropriado mas simultâneamente vazio, incoerente e com pouco significado. 

Dito isto, é um filme com potencial e uma execução satisfatória, no entanto fica-se apenas pela tentativa de transmitir uma mensagem não conseguindo bem atingir o necessário. Um daqueles filmes que ou se compreende ou se acha um completo desperdício de tempo e sangue falso. 


Título Original: God Bless America (EUA, 2012)
Realizador: Bobcat Goldthwait
Argumento: Bobcat Goldthwait
Intérpretes: Joel Murray; Tara Lynne Barr; Mackenzie Brooke Smith; Melinda Page Hamilton; Rich McDonald; Guerrin Gardner; Kellie Ramdhanie; Andrea Harper; David Mendenhall
Fotografia: David Hopper; Jason Stewart
Género: Comédia, Crime
Duração: 105 minutos



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