sexta-feira, 23 de março de 2012

Ghost Rider: Spirit of Vengeance (2011), por André Silva

Esta semana fica marcada pela primeira colaboração externa da (ainda curta) história do Matinée Portuense. O autor do texto é André Silva, um velho amigo da redação. O repto, esse, fora lançado há um par de semanas: escrever uma crítica a Ghost Rider: Spirit of Vengeance.

No primeiro filme desta série, o pai de Johnny Blaze, papel interpretado por Nicolas Cage, sofria de uma doença terminal numa fase bastante avançada. Esta situação desesperante levou Johnny a fazer o impensável: um pacto com o Diabo, em que, se o seu pai fosse curado, ele se tornaria no Ghost Rider, uma besta sedenta de almas pecadoras. Nesta sequela, Ghost Rider: Spirit Of Vengeance, é-lhe prometido por Moreau (Idris Elba) que, caso Johnny consiga salvar uma mera criança, este livrá-lo-ia do fantasma que Johnny tem vindo a carregar a seus ombros há demasiado tempo. Mera criança essa, que mais tarde vir-se-ia a saber ser o filho do próprio Diabo. Mas como seria possível localizar apenas uma criança num mundo populado por biliões de pessoas? Moreau explicou-lhe que quando o Ghost Rider se apoderava de Johnny, este conseguia senti-lo e aí começou a procura pela criança.

E é aqui que as coisas começam a correr mal. Apesar da história bem estruturada, o filme torna-se algo absurdo, com cenas bastante incoerentes e mal conseguidas, constantes exageros de fantasia e algumas actuações que não são dignas do grande ecrã. Numa das cenas cuja presença no filme não foi de todo bem-vinda, o Diabo, para evitar que Ghost Rider detectasse o seu filho, decide instalar-lhe uma firewall tornando-o indetectável ao Rider. E como é que ele faz esta parvoíce? Profere um discurso numa linguagem arcaica e, puf, o Rider já não sente a criança. Isto meus caros, não se trata falta de imaginação, mas sim de imaginação a mais. Uma coisa é fantasia, outra é o completo despropósito, com esta cena  a assemelhar-se muito mais à segunda opção. Infelizmente, para a audiência esta é apenas uma cena entre muitas que nem valiam a pena terem sido gravadas. Entre outras figuram, por exemplo, um em que, numa conversa entre o Ghost Rider e o filho do Diabo, surge uma temática interessante onde a criança pergunta como é que o Rider urina, ao que ele lhe responde que aquilo se assemelha a um lança-chamas. Em teoria, entre as duas personagens principais deste filme, com um temática que gira à volta de fantasmas e demónios, seria de esperar uma conversa minimamente séria e algo marcante, mas não, fala-se de urina. Como podem calcular esta cena ajuda a tornar o filme algo estranho e incoerente.
Resumindo e concluindo, este filme tem apenas um único propósito: fazer dinheiro. Os realizadores valorizaram mais os aspectos técnicos do filme de modo a atrair a atenção do grande público, do que gravar um filme com uma história minimamente coesa

Título Original: Ghost Rider: Spirit Of Vengeance (Emirados Árabes Unidos/EUA, 2011)
Realizador: Neveldine/Taylor
Argumento: Scott M. Gimple, Seth Hoffman, David S. Goyer
Intérpretes: Nicolas Cage, Violante Placido, Ciarán Hinds, Idris Elba, Johnny Whitworth, Christopher Lambert
Música: David Sardy
Fotografia: Brandon Trost
Género: Acção, Fantasia, Thriller
Duração: 95 minutos


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