terça-feira, 13 de março de 2012

Hell (2011)


(Cliquem no "Play" para criar uma atmosfera agradável para a crítica que se segue)

Já puseram a música a dar? Ainda bem. Para quem não sabe, ou, simplesmente, estiver distraído, esta bela melodia que vos chega aos ouvidos dá pelo nome de Neunundneunzig Luftballons (99 Red Balloons, em inglês), e é da autoria de Nena. Um clássico da década de 80 do século passado, esta música serve também de tema principal em Hell, o filme vencedor do prémio de Melhor Filme na Secção Oficial do Cinema Fantástico do Fantasporto 2012. Curiosamente, Hell foi também o último filme visto pela redação do Matinée durante esta última edição do Fantasporto, já depois de ter recebido o prémio anteriormente mencionado.

Antes demais, não devemos esquecer que Hell é produto alemão, e não inglês: o título, que significa qualquer coisa como "brilhante", não é tradução fácil para "inferno". Mas podia ser. Num futuro não tão distante quanto isso, a temperatura na Terra aumentou o suficiente para tornar insuportável viver sob o Sol. Os recursos como a água ou a gasolina tornaram-se escassos, fazendo colapsar a sociedade. O cenário habitual nos filmes do género, portanto.

O erro de Hell é tentar passar de thriller emocionante para filme de terror ligeiro: enquanto a primeira parte do filme é suficientemente interessante para atrair o espectador, a segunda, carregada de clichés, é demasiado previsível para alguém que goste de cinema Fantástico e esteja habituado a ver filmes do género. Hannah Herzsprung, uma das actrizes alemãs em destaque nos últimos anos, acaba por ser o grande trunfo do filme, "monopolizando" o tempo de ecrã, e assinando uma interpretação bastante sólida, com o resto do elenco a seguir-lhe as pegadas. No capítulo técnico, não há nada a destacar, nem pela positiva, nem pela negativa.

Com uma produção assinada por Roland Emmerich, Hell não acrescenta nada de novo a um género já muito explorado, quedando-se pela mediania. Quem estiver habituado ao Fantástico europeu encontrará no filme alguns dos elementos presentes em produções anteriores; quem não estiver, poderá ficar admirado com o que vir em Hell, e, quem sabe, começar a gostar de um género ainda desconhecido para uma parte considerável do grande público.


Titulo Original: Hell (Alemanha/Suíça, 2011)
Realizador: Tim Fehlbaum
Argumento: Tim Fehlbaum, Oliver Kahl, Thomas Woebke
Intérpretes: Hannah Herzsprung, Lisa Vicari, Lars Eidinger,
Stipe Erceg, Michael Kranz, Anne Sarah Hartung
Música: Lorenz Dangel
Fotografia: Markus Förderer
Género: Ficção-Científica, Terror, Thriller
Duração: 89 minutos



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