Quando vi que Keyhole figurava na lista de melhores filmes canadianos de 2011 da última edição do International Film Guide, não consegui evitar criar expectativas (demasiado) altas em relação à sua qualidade. Ainda para mais sendo uma obra de Guy Maddin, o realizador do formidável My Winnipeg (2007). Pois, mas não poderia estar mais enganado: Keyhole não só não correspondeu às minhas expectativas, como se revelou um dos piores filmes desta edição do Fantas (na nossa opinião, é claro, que há quem possa ter gostado da coisa).
Ulysses Pick (Jason Patric) é um gangster à antiga que decide regressar à casa onde deixou a mulher e os filhos, levando com ele a sua amante e o seu gang. O seu objectivo é simples: chegar ao quarto da mulher, Hyacinth (Isabella Rossellini), no andar de cima. Só que, para isso, terá de passar pelos restantes quartos da casa. Para complicar ainda mais a situação, o gang de Ulysses, descontente com a sua liderança, decide matá-lo. E não é que o diabo da casa está assombrada?
Para quem ainda se estiver a interrogar se leu a sinopse correctamente, é verdade: a casa de Ulysses está assombrada pelos espíritos e emoções das pessoas que lá viveram e, já agora, morreram. Se isto vos lembrar de alguma maneira American Horror Story acreditem que é coincidência: em termos de qualidade e compreensão, os dois produtos não têm nada a ver um com o outro. Além do mais, as assombrações da casa de Ulysses chegam a roçar o ridículo: entre o sogro acorrentado à cama de Hyacinth e a filha envolvida em colares e correntes, passando pelo fantasma masturbador de um dos seus filhos, há motivos de sobra para nos rirmos das assombrações da família Pick. E, caso não bastassem todos estes espíritos para o tirar do sério, Ulysses tem ainda de pedir permissão a Hyacinth sempre que pretende avançar na sua demanda pela casa; parece irritante, não é?
Keyhole tem pouco mais do que o mérito de não se limitar a ser um filme de gangsters. De resto, é tão tremendamente confuso que o seu entendimento será o maior desafio para quem o vê. As interpretações roçam o sofrível, valendo, em parte, pelos demais aspectos técnicos, com direcção artística e trabalho de edição de boa qualidade. A cinematografia também está interessante, mas no meio de tanta assombração perde-se facilmente parte da atmosfera de film noir que a película, provavelmente, almejava alcançar.
Quem gostar de cinema Fantástico e de thrillers sobrenaturais não perderá nada em vê-lo. Para os restantes, Keyhole será como levar um murro na genitália: embora haja a possibilidade de algumas pessoas gostarem, a grande maioria passará bem sem ele.
Quem gostar de cinema Fantástico e de thrillers sobrenaturais não perderá nada em vê-lo. Para os restantes, Keyhole será como levar um murro na genitália: embora haja a possibilidade de algumas pessoas gostarem, a grande maioria passará bem sem ele.
Título Original: Keyhole (Canadá, 2011)
Realização: Guy Maddin
Argumento: Guy Maddin, George Toles
Intérpretes: Jason Patric, Isabella Rossellini, Udo Kier,
David Wontner, Brooke Palsson, Kevin McDonald
Música: Jason Staczek
Fotografia: Benjamin Kasulke
Género: Drama, Fantasia, Thriller
Duração: 93 minutos
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