quarta-feira, 7 de março de 2012

The Theatre Bizarre (2011)

Muitas vezes o público é intimidado pelos trailers dos filmes ou até mesmo pelas sinopses, sendo feito acreditar que estará prestes a ver uma coisa de um nível de terror tremendo, mas quando acaba de o visualizar apenas uma questão vem à cabeça: 'É só isto?', e este é um desses casos. Baseado no lendário teatro Grand Guignol de Paris, vemos agora Theatre Bizarre, de Douglas Buck, Buddy Giovinazzo, David Gregory, Karim Hussain, Tom Savini e Richard Stanley, que consiste numa antologia de seis pequenos contos de terror que culminam numa história principal. 

O filme começa com uma rapariga jovem que que decide visitar o interior de um teatro que julga estar abandonado, depressa descobre que tal não é o caso e aparentemente à uma peça a decorrer à qual ela assiste. Nisto, a ela são contadas seis histórias diferentes que no teatro são representadas por fantoches, cada um dos realizadores do filme é independentemente responsável por cada uma dessas histórias, e por um narrador que no inicio da peça é representado por um fantoche.

A primeira história, "Mother of Toads", é sobre um casal que se encontra a passar férias em França, infelizmente as coisas não correm como planeado quando são vitimas de acontecimentos estranhos causados por uma bruxa francesa e pela curiosidade insaciável do marido - escusado será dizer que 'a curiosidade matou o gato'. De todos, este será provavelmente o pior e mais aborrecido segmento do filme, já que os assuntos são pouco aprofundados e um tanto vagos. Vale pelas suas breves referências a Lovecraft mas com actuações muito pouco favoráveis.

Na segunda história, "I Love You", continua como algo completamente aborrecido e ridículo, sobre um casal que se vê separado, visto que a mulher, que confessa ser uma oferecida, se farta do marido e decide ir-se embora com um amigo do mesmo, o que leva a que o marido tenha um surto de raiva e violência. Mais uma vez, muito mau, com más actuações.

A seguinte história, "Wet Dreams", sobe a fasquia e revela não ser tão má como as anteriores, com actuações ainda pouco satisfatórias. É sobre as desavenças de um casal, onde o marido é infiel e tem sonhos em que é castrado, e onde a mulher sonha com a morte do marido e da amante, culminando num final que quebra todas as barreiras da realidade e da sanidade.

A quarta história, "The Accident", demonstra o ponto de vista de uma criança face a acontecimentos chocantes, outra vez, muito pouco satisfatória e aborrecido, num assunto que teria potencial para ser mais explorado.

A penúltima história, "Vision Stains", volta com um assunto bem interessante e com cenas bem mais macabras que as sequências anteriores. Trata-se de uma mulher, que após descobrir que consegue absorver as memórias das outras pessoas no momento das suas mortes ao transferir o liquido ocular das vitimas para ela, e decide tornar-se uma biografa, desejo esse que a leva a quebrar os limites do que é permitido a um mero mortal.

Finalmente, a sexta e ultima história, "Sweets", é definitivamente a mais bizarra e perturbante, explorando o vicio de comida de um casal que é levado ao limite. Nesta sequência vemos como um fetiche pode afectar o ser humano que não o sabe controlar.

Tudo acaba com o regresso ao teatro do inicio do filme onde ao longo das histórias ocorreu uma transformação bizarra e inexplicável, tanto ao narrador fantoche como à jovem rapariga na plateia.

Resumindo, é uma antologia pouco satisfatória para não dizer fraca e se procuram algo mais agressivo ou mais coeso aconselho a procurar noutro lado. Numa visão geral poderá-se dizer que entre todas as histórias  há uma ligeira referência religiosa e aos sete pecados mortais, embora um pouco incoerente e nada precisa. 


                                                          Título original: The Theatre Bizarre
Realizador: Douglas Buck; Buddy Giovinazzo; David Gregory; Karim Hussain; Jeremy Kasten; Tom Savini; Richard Stanley
Argumento: Zach Chassler; Richard Stanley; Scarlett Amaris; Emiliano Ranzani; Buddy Giovanazzo; John Esposito; Douglas Buck; Karim Hussain; David Gregory
Intérpretes: Udo Kier; Virginia Newcomb; Shane Woodward; Catriona MacColl; Victoria Maurette; André Hennické; Suzan Anbeh; Debbie Rochon; Tom Savini; James Gill; Lena Kleine; Mélodie Simard; Kaniehtiio Horn; Lindsay Goranson; Guilford Adams
Música: Simon Boswell; Susan DiBona; Pierre Marchand; Mark Raskin
Fotografia: Eduardo Fierro; John Honoré; Karim Hussain; Michael Kotschi
Género: Gore, Terror
Duração: 114 minutos


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