A herança por vezes difícil de engolir do found footage.
Três astronautas americanos vão à Lua numa missão secreta a mando do Departamento de Defesa. Quando lá chegam descobrem que os russos também já lá tinham estado. Mais, descobrem que algo matou o cosmonauta e que essa coisa os coloca agora em perigo. Isto em jeito de falso documentário - a NASA apressou-se a desmentir a veracidade das imagens - e numa espécie de híbrido entre o The Blair Witch Project e um filme da franquia Paranormal Activity. Infelizmente, APOLLO 18 não chega a ser tão inteligente quanto os seus "predecessores". Falta-lhe a novidade dos primeiros e o sentido de susto que Jaume Balagueró e Paco Plaza conseguiram introduzir no(s) seu(s) [Rec], labirinticamente compreendido num prédio carregado de zombies. No entanto, não deixa de ser uma alternativa interessante dentro do género (há um género nesta onda de found footage?), explorando um par de mecanismos curiosos.
O primeiro, e o mais óbvio, terá sido o de fazer o filme sempre em torno dos mesmos três homens. Não chega a ser tão claustrofóbico como Buried de Rodrigo Cortés (nem tenho a certeza se tal poderia ser possível), mas presos na Lua e no módulo que a orbita os astronautas têm pouco para onde se virar. Ouvem-se vozes de outras pessoas, o comando da missão, mas não passam disso mesmo: vozes distantes que nada podem fazer para os ajudar. O outro, mais discreto, foi a decisão de Gonzalo López-Gallego em evitar filmar a 24 fps, alcançado os efeitos visuais do filme gravando a diferentes velocidades. Tudo muito bem planeado - foi produzido por Timur Bekmambetov -, rodado num mês e tecnicamente competente.
A um nível muito básico, e sem fazer muitas perguntas, Apollo 18 funciona como filme de terror. Analisando melhor, até porque as criaturas parecem aranhas cinzentas, resulta melhor como intriga política (EUA vs. URSS; até se fala em Watergate, não vá o público esquecer-se que a trama se passa na década de 70) do que como horror flick. Faz uso de meia dúzia de planos-tipo do género (alguém observa o companheiro enquanto este dorme; passagens pelo exterior durante o descanso das personagens quando sabemos que algo, eventualmente, se vai mover) e não consegue afastar-se o suficiente das convenções de modo a ser original. Aguenta-se, mas pouco mais do que isso.
Três astronautas americanos vão à Lua numa missão secreta a mando do Departamento de Defesa. Quando lá chegam descobrem que os russos também já lá tinham estado. Mais, descobrem que algo matou o cosmonauta e que essa coisa os coloca agora em perigo. Isto em jeito de falso documentário - a NASA apressou-se a desmentir a veracidade das imagens - e numa espécie de híbrido entre o The Blair Witch Project e um filme da franquia Paranormal Activity. Infelizmente, APOLLO 18 não chega a ser tão inteligente quanto os seus "predecessores". Falta-lhe a novidade dos primeiros e o sentido de susto que Jaume Balagueró e Paco Plaza conseguiram introduzir no(s) seu(s) [Rec], labirinticamente compreendido num prédio carregado de zombies. No entanto, não deixa de ser uma alternativa interessante dentro do género (há um género nesta onda de found footage?), explorando um par de mecanismos curiosos.
O primeiro, e o mais óbvio, terá sido o de fazer o filme sempre em torno dos mesmos três homens. Não chega a ser tão claustrofóbico como Buried de Rodrigo Cortés (nem tenho a certeza se tal poderia ser possível), mas presos na Lua e no módulo que a orbita os astronautas têm pouco para onde se virar. Ouvem-se vozes de outras pessoas, o comando da missão, mas não passam disso mesmo: vozes distantes que nada podem fazer para os ajudar. O outro, mais discreto, foi a decisão de Gonzalo López-Gallego em evitar filmar a 24 fps, alcançado os efeitos visuais do filme gravando a diferentes velocidades. Tudo muito bem planeado - foi produzido por Timur Bekmambetov -, rodado num mês e tecnicamente competente.
A um nível muito básico, e sem fazer muitas perguntas, Apollo 18 funciona como filme de terror. Analisando melhor, até porque as criaturas parecem aranhas cinzentas, resulta melhor como intriga política (EUA vs. URSS; até se fala em Watergate, não vá o público esquecer-se que a trama se passa na década de 70) do que como horror flick. Faz uso de meia dúzia de planos-tipo do género (alguém observa o companheiro enquanto este dorme; passagens pelo exterior durante o descanso das personagens quando sabemos que algo, eventualmente, se vai mover) e não consegue afastar-se o suficiente das convenções de modo a ser original. Aguenta-se, mas pouco mais do que isso.
Título Original: Apollo 18 (Canadá/EUA, 2011)
Realizador: Gonzalo López-Gallego
Argumento: Brian Miller
Intérpretes: Warren Christie, Lloyd Owen, Ryan Robbins
Música: Harry Cohen
Fotografia: José David Montero
Género: Ficção-Científica, Terror, Thriller
Duração: 86 minutos
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