Não há como negar o interesse renovado que o Digital e a CGI provocaram nos contos-de-fadas. As potencialidades oferecidas pelas tecnologias na (re)criação de novos - e velhos - universos revelaram-se por si só mais do que suficientes para seduzir uns quantos realizadores de renome a aventurarem-se por aqueles terrenos. Bryan Singer é uma das mais recentes adições à lista - que já vai longa -, com o seu JACK THE GIANT SLAYER.
Cedo se percebe o rumo pretendido para o filme. Orientando para um público jovem - Jack é tão cool que se passeia pelo pé-de-feijão de casaco de couro -, usa e abusa-se dos habituais lugares-comuns e convenções do género. Previsível e vulgar, há, contudo, um aparente cuidado em trabalhar essas noções - e a do boy meets girl é especialmente bem aproveitada - a favor da narrativa. Essa inteligência, habitualmente demonstrada nas obras de Singer, permite a Jack the Giant Slayer manter-se à tona.
E não fosse o norte-americano um cineasta inteligente - mesmo quando os filmes não lhe saem tão bem -, o caldo estaria entornado. De um argumento algo desinspirado consegue tirar um par de cenas bem conseguidas, excepções num filme incapaz de se arrancar da mediania. E se a direcção de actores deixa algo a desejar - já para não falar do 3D, que aqui não consegue ser mais do que um estorvo -, é a habilidade de Singer que impede males maiores.
Subtilmente simétrico, recheado de aventura e humor infantil, Jack the Giant Slayer, não sendo um filme extraordinário - nem para lá perto caminhar -, cumpre, pelo menos, com o que se lhe pede.
Realizador: Bryan Singer
Argumento: Darren Lemke, Christopher McQuarrie, Dan Studney, David Dobkin
Intérpretes: Nicholas Hoult, Eleanor Tomlinson, Ewan McGregor, Stanley Tucci, Eddie Marsan, Ian McShane, Bill Nighy
Música: John Ottman
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Género: Aventura, Drama, Fantasia
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