domingo, 7 de outubro de 2012

Sunday Stills #6: "Psycho" (1960)













A obra de Alfred Hitchcock tem sido alvo de reavaliação desde a sua morte. Recentemente a publicação britânica Sight & Sound, em associação com a comunidade de críticos de cinema, elevou Vertigo ao primeiro lugar da sua lista decenal de melhores filmes de sempre, destronando Citizen Kane, de Orson Welles. Outro dos filmes do cineasta britânico também em foco nesta corrente revisionista é PSYCHO (1960), obra seminal no seio do cinema de terror. Às duas sequelas na década de 80 juntou-se um remake plano-por-plano da autoria de Gus Van Sant datado de 1998, que muitos acusaram ter desvirtuado o material original. Da obra Hitchcockiana ficam aqui quatro stills da mítica cena do chuveiro, com Janet Leigh como Marion Crane, vítima de Norman Bates e da omnipresente Mãe. A dissolução do ralo do chuveiro no olho de Marion e o remoinhar da câmara que se afasta do rosto da actriz emulando a água sanguinolenta na banheira formam uma das sequência mais eternas do Cinema. Quarenta anos mais tarde, colorida e saturada, faltaria impacto à (imitação da) mesma cena, e tudo pareceria simplesmente ridículo. Claro que também faltaria Janet Leigh no ecrã, mas essas seriam outras contas.

2 comentários :

  1. Uma cena icónica e marcante para a sétima arte, como poucas. Acho o remake e consequentemente a cor no filme desapropriada, pelo menos se o relacionarmos com as intenções que Hitchcock queria do mesmo. A cor aqui, na minha opinião, desvirtua a tensão e o poder da cena, quase como se a sugestão e o "que não se vê, mas que se apreende" fosse muito mais forte sem saturações.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dos melhores planos e cenas da obra de Hitchcock, é verdade. A cor desvirtuou o remake, principalmente aquela escolha de tons saturados. E, se formos a ver bem, nem é a cena do chuveiro a mais prejudicada; na minha opinião, a queda de Arbogast pelas escadas é simplesmente terrível no remake. Gus Van Sant, por muito que goste dele, também não terá sido a melhor escolha para realizar, nem um remake plano-a-plano a melhor opção. Já para não falar que a Anne Heche não é a Janet Leigh, nem que o Vaughn fica a milhas do Bates de Perkins. Resumindo: fico-me pelo original, que sabe sempre melhor :)

      Cumprimentos.

      Eliminar