sábado, 15 de novembro de 2014

The Deep (2012)

Contos de sobrevivência sempre me intrigaram - apelativos ao público maioritário, no entanto moralmente dúbios e fracos em conteúdo. Histórias verídicas, desde aventuras tresloucadas a simples acidentes de trabalho, deixam os seus protagonistas mundanos nas situações mais adversas, levando o(s) nosso(s) herói(s) a testar os seus próprios limites, tudo em prol da sobrevivência. THE DEEP, de Baltasar Kormákur, não foge à regra e apesar de se revelar uma verdadeira conquista cinematográfica, não desencadeia uma chama suficientemente forte para aquecer esta desventura gélida.


Seguimos, portanto, Gulli (Ólafur Darri Ólafsson), um simples pescador a quem o destino reserva dificuldades capazes de gelar os ossos. único sobrevivente dum naufrágio em alto mar no oceano atlântico, perto da costa sul da Islândia, Num ambiente onde o comum dos mortais vacila numa questão de poucos minutos, Gulli escapa graças a nada mais que um milagre e a sua boa camada de "gordura de foca", suficiente para suportar a baixa temperatura durante horas e uma planície de rocha vulcânica, descalço.

The Deep, ironicamente, não é tão profundo quanto ambiciona. Parece-me talento desperdiçado. actores surpreendentemente bons, um trabalho exemplar por parte de Baltasar Kormákur, deitado a perder por um enredo pouco envolvente. Talvez apenas 45 minutos bastassem, toda a inutilidade do aftermath acaba por pesar demais. Não que ver a vida miserável do pobre coitado (ainda pior depois de tudo) seja intolerável, apenas desnecessário e chato, para algo já inicialmente pouco cativante.

No fundo, é apenas mais uma tragédia individualista sem verdadeira paixão nem razão de ser. O facto que nada desta provação despolete qualquer tipo de resposta emocional da minha parte, é o suficiente para adormecer nos primeiros 5 minutos. Embora irrelevante, não me refiro apenas ao quão pouco sentido me fez, mas o quão pouco sentido fará para o restante público. Apenas uma questão resta - infortúnios aleatórios a pessoas aleatórias serão sempre inspiradoras?


Título Original: Djúpið (Islândia, 2012)
Realizador: Baltasar Kormákur
Argumento: Jón Atli Jónasson, Baltasar Kormákur
Intérpretes: Ólafur Darri Ólafsson, Jóhann G. Jóhannsson, Stefán Hallur Stefánsson, Bjorn Thors, Þröstur Leó Gunnarsson
Música: Daniel Bjarnason, Ben Frost
Fotografia: Bergsteinn Björgúlfsson
Género: Drama
Duração: 95 minutos


Sem comentários :

Enviar um comentário