Com a noite dos Oscars a aproximar-se - é já na madrugada de domingo para segunda -, ficam alguns pensamentos sobre os prémios e a cerimónia. Depois de um ano sem muita incerteza - e em que Max von Sydow, aquele actor fenomenal, perdeu mais uma estatueta -, 2013 pode trazer consigo algumas surpresas.
Não arriscando previsões, eis alguns dos favoritos da redacção para as principais categorias:
- Melhor Filme: face à (forte) possibilidade de ganhar ARGO ou LINCOLN - os mais academistas dos nomeados -, por cá não conseguimos deixar de pensar em AMOUR ou até mesmo em DJANGO UNCHAINED. A ter de escolher apenas um - e ainda bem que não temos -, iríamos para a obra de Haneke. Lamentamos, Tarantino.
- Melhor Actor Principal: Denzel Washington aguentou um filme comezinho às costas, Cooper mostrou alguma - mais do que esperávamos - profundidade, Phoenix teve uma interpretação bem acima da média. Mas há um senhor chamado Daniel Day-Lewis que se tornou impossível de ignorar; por nós - e arriscamos que pelos membros da Academia também -, a estatueta seria dele.
- Melhor Actriz Principal: Jessica Chastain ou Jennifer Lawrence devem levar o prémio para casa; e ninguém estranharia se Naomi Watts - toda esfarrapadinha - o ganhasse. Entre nós, Emmanuelle Riva merecia o prémio. Mas não apostaríamos o nosso dinheiro nisso.
- Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz ou Tommy Lee Jones? - a questão a que muitos têm reduzido a categoria pode muito bem não ser assim tão simples. Isto porque constam igualmente da lista nomes como os de De Niro, Arkin e Seymor Hoffman. Das estatuetas de interpretação, de longe a mais nivelada. De qualquer maneira, o nosso voto vai para Waltz.
- Melhor Actriz Secundária: Amy Adams, Sally Field e Helen Hunt tiveram um bom ano, com interpretações muito sólidas. Mas Anne Hathaway roubou todas as atenções com os seus breves minutos em LES MISÉRABLES. E a Academia deve concordar connosco nesta.
- Melhor Realizador: sem Bigelow, PTA ou Tarantino - e, já agora, Affleck, que tem varrido prémios neste departamento -, sobram cinco candidatos muito dignos e uma enorme dor de cabeça para os membros da Academia. Há de tudo, do academismo à irreverência. Para nós, contudo, a decisão não seria difícil: Haneke conseguiu estar um degrau acima de todos os outros. Dos que constam dos nomeados, e dos que ficaram de fora.
- Melhor Argumento Original: outra categoria complicada de prever. Se gostámos do argumento de obras como AMOUR ou MOONRISE KINGDOM, não nos imaginamos, no entanto, a escolher outra que não DJANGO UNCHAINED. Nesta damos razão a Tarantino.
- Melhor Argumento Adaptado: podemos dar o prémio a Lucy Alibar e Benh Zeitlin por BEASTS OF THE SOUTHERN WILD? Nós até o dávamos, mas a Academia pensa, quase de certeza, noutros nomes. David O. Russell ou Chris Terrio devem ganhar um homenzinho dourado. E ninguém ficaria surpreendido se Kushner o levasse para casa. Mas a nossa escolha seria outra.
- Melhor Filme de Animação: para nós, uma das mais fáceis. PARANORMAN seria a nossa escolha, de caras. Mas quando há Burton e a Pixar igualmente nomeados, a nossa escolha revela-se difícil de cumprir.
- Melhor Filme Estrangeiro: Pablo Larraín apresentou o seu melhor filme - NO - até ao momento. Mas se escolhermos AMOUR para Melhor Filme, achamos que devemos levar a nossa escolha até ao fim. Por isso, um Oscar para a Áustria, se faz favor.
- Melhor Direcção de Fotografia: outra categoria muita equilibrada. Directores de fotografia como Robert Richardson, Janusz Kamiński e Roger Deakins merecem a estatueta. Mas a nossa decisão Jfinal seria entre Claudio Miranda - e o seu trabalho no Digital em LIFE OF PI - e Seamus McGarvey, por ANNA KARENINA. Como não podem - ou antes, não devem - ganhar os dois, dávamos o prémio a McGarvey.
- Melhor Banda Sonora Original: John Williams - apesar do magnífico trabalho em LINCOLN - deverá perder novamente. A Academia deve escolher Mychael Danna. E nós aceitamos.
Amanhã todas as dúvidas se dissiparão com a coroação dos vencedores de mais um ano.
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