Desconfio de tudo o que me apareça à frente com 3D no título. Não que nutra particular ódio pela tecnologia - creio que sentiria o mesmo caso se tratasse, por exemplo, da smell-o-vision -, mas acho sempre suspeito quando um filme se tem de valer de um qualquer artificio na sua frontaria para atrair o público. Para o leitor mais distraído, escreve-se, pois, de TEXAS CHAINSAW 3D, o mais recente tomo da série do maníaco da motosserra e da sua família canibal.
Riscando quase tudo o que ficou para trás, volta-se à estória de 1974. Um grupo de campónios queima a casa dos Sawyer, num linchamento pelos seus crimes. Os únicos sobreviventes são Leatherface - quem mais? -, o psicopata de serviço, e uma bebé. Anos mais tarde, a moça, já crescida, herda a casa da avó biológica onde se esconde o familiar mascarado. E começam as mortes. De convenção em convenção - e o género é rico nelas -, John Luessenhop - que consegue a proeza de encaixar um decote ou um rabo no centro de quase todos os enquadramentos - constrói um filme desconjuntado, sem ponta por onde se lhe pegue. E aqui o problema já nem é sequer o ser mau - não que não o seja -, mas o tom de piada que marca a fita inadvertidamente e a faz cair no ridículo.
A cada capítulo da franquia, mais um golpe em Leatherface. Ironicamente, o mesmo 3D que se começou por criticar revela-se, às tantas, o melhor que o filme tem para oferecer, mesmo sem ser especialmente original ou imaginativo (ou até abundante, para todos os efeitos). Ao que o Terror chegou...
Realizador: John Luessenhop
Argumento: Adam Marcus, Debra Sullivan, Kirsten Elms, Stephen Susco (baseado nas personagens de Kim Henkel e Tobe Hooper)
Intérpretes: Alexandra Daddario, Dan Yeager, Trey Songz, Scott Eastwood, Tania Raymonde, Shaun Sipos, Keram Malicki-Sánchez, Thom Barry, Paul Rae
Música: John Frizzell
Fotografia: Anastas N. Michos
Género: Terror, Thriller
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