Estamos numa era onde já há pouco para explorar no terror, pelo menos algo que realmente choque o público, e numa tentativa de adicionar um elemento mais intelectual e surpreendente, somos bombardeados constantemente com filmes que, em vez de nos deixarem perplexos, nos fazem adormecer. Intruders não foge a essa regra e demonstra ser mais um fraco exercício de cinema, tentando apoiar-se num elenco reconhecido, planos bonitos e um twist que pouco ou nada impressiona.
Em Madrid, Juan (Izán Corchero) e a mãe, Luisa (Pilár López de Ayala), são atormentados durante a noite por uma entidade misteriosa que não possui cara, Hollowface, cujo o objectivo é roubar a cara de Juan. Em Londres, Mia (Ella Purnell) e o pai, John Farrow (Clive Owen), são perseguidos pela mesma entidade, no entanto não há maneira de identificá-lo e nem os sistemas de segurança o impedem de regressar e aterrorizar a família.
A falta de coerência é um dos grandes problemas deste filme que tenta tomar um aspecto mais psicológico do que o típico filme de terror. O enredo confuso só vem realçar as actuações, que não passam de medíocres e irrelevantes, deitando completamente a perder as poucas tentativas de obter uma realização mais surpreendente. O filme conta duas histórias em simultâneo e que, superficialmente, pouco se identificam uma com a outra, suponho que tal tenha sido para haver um certo impacto na altura do climax, que só bocejos traz, mas em vez disso tornou-se tudo extremamente previsível e falhou em causar o espanto pretendido.
Numa era em que já é normal haver uma abundância de maus filmes, este é só mais um a adicionar a uma já grande lista. Dificilmente será relembrado e apreciado em circunstâncias normais, já são tantos os que atingem este nível de indiferença, até o próprio esquecimento já se torna num acto involuntário e instintivo. Não há qualquer tipo de razão para ver este, se alguma vez se depararem com ele apenas empurrem para o lado e procurem noutro sitio.
Título Original: Intruders (EUA/Reino Unido/Espanha, 2011)
Realizador: Juan Carlos Fresnadillo
Argumento: Nicolás Casariego; Jaime Marques
Intérpretes: Clive Owen; Carice Van Houten; Daniel Bruhl; Pilar López de Ayala; Ella Purnell; Izán Corchero
Música: Roque Baños
Fotografia: Enrique Chediak
Género: Terror; Thriller
Duração: 100 minutos
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